Minas Gerais tirou nota zero no cumprimento das metas de redução de crimes violentos, segundo o relatório Indicadores do Acordo de Resultados de 2013, elaborado pelo Centro Integrado de Informação de Defesa Social (Cinds) da Polícia Militar (PM), ao qual a reportagem do jornal O Tempo teve acesso com exclusividade. Todas as 18 Regiões Integradas de Segurança Pública (Risps) do Estado tiveram aumento nesse tipo de ocorrência e nenhuma delas conseguiu baixar o índice ao nível estipulado pelos órgãos de defesa social. Com isso, Minas fechou 2013 com uma taxa de 430,01 crimes violentos por 100 mil habitantes, sendo que o número não deveria ter passado de 336,60.
Nas cidades
?Estamos reféns da indústria do crime. O assalto virou rotina?, afirmou o auditor Antonio Fernando de Lima, 72, que teve o carro roubado no último dia 10 na porta de casa, no bairro Serrano, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Na capital, que corresponde à 1ª Risp, a taxa almejada era de 995,53 crimes violentos por 100 mil habitantes, porém, em 2013 foram 1.234,31 registros. O resultado também rendeu nota zero para a cidade, o que se repetiu em pelo menos 12 das 18 regiões integradas do Estado.
Mortes
Os homicídios tiveram aumento em 11 das 18 Risps e, com isso, a meta de redução da taxa de assassinatos também não foi alcançada na mesma proporção.
?Combate foge às forças da PM?
A Polícia Militar informou que o aumento dos crimes violentos é motivado por fatores sociais, culturais e econômicos, que muitas vezes extrapolam as forças policiais. ?A redução do homicídio e do estupro, por exemplo, carece de consciência e de um comportamento mais civilizado e humanizado das pessoas?, afirmou o chefe de comunicação da corporação, tenente-coronel Alberto Luiz Alves.
Já o roubo, maioria dos crimes violentos, tem aumentado por conta da ação da polícia no combate ao tráfico de drogas e à entrada de armas de fogo no Estado, por meio da ação Divisas Seguras. ?Quando nós combatemos ou enfrentamos a apreensão de armas e drogas, pode haver migração de pessoas para o crime contra o patrimônio?, afirmou o militar.
Alves admite, no entanto, que a sensação de impunidade faz com que muitas pessoas prefiram roubar a trabalhar. ?Elas decidem adquirir um patrimônio mesmo sem ter condições de adquiri-lo?, concluiu.
Saiba mais
A meta estabelecida no Indicadores do Acordo de Resultados foi pactuada entre a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e os órgãos de segurança, como polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros.
Segundo a Polícia Militar, as metas são definidas anualmente, sempre buscando a redução e tendo como parâmetro os dados de anos anteriores.
Para incentivar o combate às metas, são dados prêmios de produtividade.

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