As apreensões de drogas cresceram 13% em Minas neste ano. De janeiro a outubro, foram 59.234 ocorrências, média de 195 por dia. O alerta é reforçado com a chegada do fim do ano. Nesta época, de acordo especialistas e as próprias forças de segurança, o confisco de entorpecente sobe ainda mais.

Em novembro e dezembro, conforme a Polícia Militar, as apreensões chegam a 20% do total dos 12 meses. Um dos principais motivos é a intensa concentração de festas, como o Réveillon, e a proximidade do Carnaval.

“É a época em que ocorrem confraternizações e encontros. Assim como o consumo de bebidas alcoólicas aumenta, o uso de drogas, também”, explica o coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública da PUC Minas, Luís Flávio Sapori.

De acordo com o delegado Gustavo Barletta, do Departamento de Operações Especiais (Deoesp), as investigações apontam que, neste período, traficantes aproveitam as aglomerações em casas noturnas e blocos de rua.

“Tentamos, então, cercar os suspeitos na ponta desse fornecimento, ou seja, atacando os laboratórios de refino de drogas, por exemplo”, comentou.

Operação do tipo foi realizada na noite de segunda-feira (3), em Belo Horizonte. Quatro homens foram presos em uma casa que, segundo a PM, era usada para preparar a droga que seria distribuída para venda em outros locais.

Os militares chegaram ao imóvel por meio de denúncia anônima. O relato levou os policiais até um rapaz, de 25 anos, que estava no bairro Coqueiros, na região Noroeste, com porções de maconha.

“Das drogas apreendidas, a maconha está disparadamente em primeiro lugar, até pelo valor de mercado. Mas também temos apreendido muita pasta base e anfetamina”, comentou o porta-voz da Polícia Militar, major Flávio Santiago.

Ao ser interrogado, ele disse que o entorpecente foi adquirido no Braúnas. Lá, foram apreendidos cerca de 20 quilos de cocaína, seis pacotes de maconha, uma prensa, carros e R$460 em dinheiro.

 Presença

Além das denúncias, a PM credita o aumento das apreensões à presença de policiais nas ruas, durante as operações realizadas no fim de ano. “O efetivo é maior neste período. A corporação tem cercado quadrilhas, feito mais apreensões e prisões”, comentou o major Flávio Santiago.

Pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, Ludmila Ribeiro diz ser importante o aumento do policiamento, que influencia a estatística, mas afirma que somente “pequenos traficantes” estão sendo detidos. “Aqueles que não têm proteção e são presos com quantidade menor de drogas”, afirmou.

 

 

Fonte: Hoje em Dia ||

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