Um dos maiores nomes do cinema brasileiro, o diretor mineiro Carlos Alberto Prates Correia morreu na madrugada deste domingo (28), no Rio de Janeiro, aos 82 anos, vítima de uma parada cardíaca.

Nascido em Montes Claros, Prates Correia residia no Rio de Janeiro e, de acordo com a prima Maria Cecilia Ataide Pimenta, ele estava internado em hospital, com a saúde bem debilitada. O corpo deverá ser cremado amanhã, na capital fluminense. Diretor deixa a companheira Margarida e o filho João.

“Prates era uma pessoa incrível, muito interessante. Certa vez, mandou uma carta para a minha irmã perguntando se poderia usar os nossos nomes como personagens. Ficamos muito felizes, mas ele não chegou a fazer o filme”, destaca a Maria Cecília. Ultimamente, segundo ela, o diretor estava mais recluso, não atendendo ligações.

Prates Correia é, após o pioneiro Humberto Mauro, o principal nome do cinema de Minas Gerais. Ele dirigiu, no Estado, filmes importantes e premiados como “Cabaret Mineiro” (1984), “Noites do Sertão” (1984) e “Minas-Texas” (1989).

Os seus primeiros trabalhos no cinema foram como assistente de direção em “O Padre e a Moça” (1966) e “Macunaíma” (1969), ambos de Joaquim Pedro de Andrade. Antes disso fez um curta-metragem, “O Milagre em Lourdes”, de 1965.

Sabará foi o cenário de seu primeiro longa, “Crioulo Doido”, de 1970. Sua obra mais famosa, “Cabaret Mineiro”, foi filmada em Montes Claros e ganhou diversos Kikitos no Festival de Gramado, entre eles filme, direção, ator (Nelson Dantas) e atriz coadjuvante (Tânia Alves).

Prates Correia foi uma das grandes vítimas da extinção da Embrafilme no governo de Fernando Collor, em 1990. Ficou 18 anos sem filmar até lançar  “Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais”, em 2007, o seu último longa, pelo qual ganhou, novamente, o Kikito do festival gaúcho.

Fonte: O Tempo

 

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