Motocicletas fabricadas no Brasil terão limites de emissão de poluentes mais rigorosos a partir de 2014, conforme resolução aprovada nesta quinta-feira (26) pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A medida alcançará até as motos importadas. Os novos limites colocarão o país no mesmo nível de tolerância já adotado por Europa, Estados Unidos e Japão.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado na quarta-feira (25) mostrou que até 2017 haverá mais motos do que carros nas ruas. E parte da frota ainda polui até quatro vezes mais do que carros, informou Rudolf Noronha, gerente de qualidade do ar do Ministério do Meio Ambiente, referindo-se às motocicletas fabricadas até o início do Programa de Controle da Poluição do Ar por Ciclomotores, Motociclos e Similares, o Promot, criado em 2002. Em 2014, entrará em vigor a fase quatro do programa, com limites ainda mais rigorosos já indicados para 2016.
O médico e professor Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição da Universidade de São Paulo (USP), explica que o processo é positivo. Segundo ele, quando o programa de controle de emissões veiculares foi criado, em 1986, a moto quase não foi levada em conta. Hoje elas já circulam quase em igual número. Agora tem de controlar igual. Eu acredito muito no sucesso desse programa, porque a moto tem uma vida útil mais curta. Um caminhão ruim dura 30 a 40 anos e uma moto na mão de um motoboy dura cerca de 5 anos. Assim, a velocidade de renovação é maior.
Os fabricantes de motocicletas não informaram o custo da adaptação nas linhas de produção. Honda e Yamaha dominam o mercado brasileiro, que também registra a presença maior de importados da China.

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