Nos últimos dias, a hashtag #porramaridos se espalhou pelas redes sociais. No Twitter, os usuários, a maioria mulheres, utilizaram a tag para dar exemplos de situações cotidianas que vivem com seus parceiros – ou ex.

Nos tuites, essas internautas contam algum acontecimento do seu dia, como quando seus maridos jogam a responsabilidade das tarefas de casa e criação dos filhos em cima delas ou desprezam as individualidades da vida de casados. A roupa no varal, a louça na pia e as descobertas sobre o funcionamento dos eletrodomésticos são alguns dos temas mais recorrentes.

A hashtag levantou um debate sobre a participação do homem nas atividades domésticas, que ainda são, na maioria dos lares, responsabilidade única da mulher.

Em muitos posts, elas relataram casos em que os homens não fizeram algo porque elas “simplesmente” não pediram. Confira alguns dos melhores relatos com todos os tipos de marido:

 “História de ontem:
– Põe a roupa na máquina?
– Ponho.
Ele colocou as roupas na máquina, mas não ligou, porque eu não tinha pedido #porramaridos”, escreveu uma usuária.

“A roupa do neném sujou toda de molho de tomate. Tirei a roupa e pedi pra marido botar de molho enquanto dava banho no bebê. Horas depois chego na área e a roupa do bebê no chão. “Ué? Não botou de molho?” “É porque não sabia se era pra usar o balde ou a bacia” #porramaridos“, disse outra.

“Meu namorado foi meu acompanhante no trabalho de parto. Otávio nasceu num mega frio de julho e as enfermeiras pediram pra ele a manta, que ESTAVA na bolsa. Como ele não achou, meu filho foi enrolado em duas toalhas de banho #porramaridos“, comentou outra mulher.

“Lendo essa tag só consigo pensar: pais de meninos coloquem eles sim para fazer serviços domésticos, é a chance de mudar essa realidade #porramaridos“, afirmou mais uma usuária do Twitter.

Outras aproveitaram a onda para contar histórias vividas não só com os maridos, mas também namorados, amigos e irmãos.

“Ler #porramaridos me faz ter certeza de que os homens, desde pequenos, não têm obrigações com o trabalho doméstico. Meu irmão, aos 17 anos, não varre o próprio quarto. Eu aos 12 já faxinava a casa. Se não fizesse, era preguiçosa. Já ele, coitado, não sabe fazer e ainda atrapalha”, desabafou uma usuária”.

“Em casa era eu, minha irmã e meu irmão. Adivinha quem tinha que ajudar nas faxinas? Simmm, eu e minha irmã! Meu irmão tinha o sábado livre pra jogar bola e fazer tudo o que quisesse, a gente não, era parte de nossas obrigações manter a casa em ordem. #porramaridos #porramãe”, acrescentou outra.

O que é carga mental?

A (auto)cobrança de fazer todos os detalhes para a rotina em família funcionar, somada às outras exigências da vida e da carreira, faz com que a mente seja incapaz de desconectar. A dificuldade de não pensar em coisas que estão para acontecer se chama carga mental.

Apesar de ser um sentimento comum a todos, acaba aparecendo com mais frequência nas mulheres. O resultado são mulheres permanentemente cansadas, como os desabafos com a hashtag puderam mostrar.

Hashtags ganham força

As hashtags têm sido uma ferramenta recorrente na discussão sobre assédios e outros tipos de violência contras mulheres. Em 2015, a tag #MeuAmigoSecreto tornou-se viral: por meio dela, mulheres denunciaram práticas e comportamentos machistas de homens que conheciam, sem revelar nomes.

Já a #MeuPrimeiroAssedio relatava as primeiras experiências de assédio masculino, em geral ocorridas quando as mulheres ainda eram crianças ou pré-adolescentes.

Mulheres criam hashtag para dividir a dura realidade da vida de casadas

 

Fonte: Revista Donna ||

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