Atendendo a um convite do vereador José Aparecido Monteiro (Zezinho Gaiola), o diretor do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Formiga, Ney Araújo, esteve presente à reunião do Legislativo de segunda-feira (30) para falar sobre a necessidade de construção de uma barragem adequada para a captação de água na cidade.
De início, o diretor distribuiu aos vereadores uma lista das obras, segundo Ney, realizadas na gestão dele, iniciada em maio de 2014, além de Termos de Ajustamento de Conduta firmados com o MP e obras que ainda pretende fazer à frente da autarquia.
Na lista de quatro páginas estão obras como a construção de vários poços artesianos, consertos na rede de distribuição para cessar vazamentos, execução de milhares de metros de rede de água em comunidades rurais, instalação de caixas d’água e bolsões em alguns dos reservatórios, aquisição de equipamento para a produção de cloro, dentre várias outras obras.
Durante o uso da Tribuna do Povo, o diretor do Saae falou ainda sobre o que pretende fazer à frente da autarquia, caso permaneça no cargo até o fim da administração de Moacir Ribeiro, em dezembro de 2016. Dentre as obras está a polêmica reforma da fonte luminosa da praça São Vicente Férrer, aprovada na Câmara, mas duramente contestada nas redes sociais. A responsabilidade de realização da obra, segundo Ney, é da Secretaria de Gestão Ambiental. “Como todo cidadão formiguense eu concordo com a reforma, mas como diretor do Saae não, já que serão gastos R$80 mil dos cofres da autarquia com essa obra que não é de nossa responsabilidade. Porém, quando me procuraram para estar à frente dessa obra, abracei a ideia pelo bem da cidade”, disse o diretor do Saae, que pretende começar a obra o quanto antes.
Dentre as demais obras que pretende fazer, Ney citou ainda a construção de um novo setor de Contas e Consumo, com atendimento direto ao público; aquisição de triciclos para a prestação de serviço de bombeiros e fiscais, instalação de hidrômetro em toda a cidade e reforma e ampliação da elevatória da Sonda, perto do Tiro de Guerra.
“Esse ano não temos registro de nenhuma reclamação na cidade por falta d’água” disse o diretor, que afirmou ainda que pretende marcar a história à frente da autarquia e que jamais foram feitas tantas obras no Saae, quanto agora.
Apesar de elogiado por boa parte dos vereadores após extensa fala, Ney foi duramente questionado e criticado pelo vereador José Geraldo da Cunha. Mauro César e Luciano Duque também fizeram perguntas ao diretor.
“O senhor disse que todas as obras citadas foram feitas pelo Saae, mas parte delas foi feita por empresas e por meio de parcerias com a comunidade, como ocorreu na Comunidade de Fivela, cujo poço não está em funcionamento até hoje, então o senhor já chegou mentindo. Disse ainda que não chegaram reclamações no Saae, deve ser porque ninguém consegue falar lá”, disse Cabo Cunha que levou em uma jarra, mostra de água de uma casa localizada nas proximidades da sede da autarquia. Com a cor bastante terrosa o vereador questionou a qualidade da água que vem sendo distribuída nas residências.
Em resposta, Ney disse que de fato foram feitas parcerias, mas que o Saae estava envolvido na realização das obras e que o poço artesiano de Fivela só não está em funcionamento porque a água do local tem grande quantidade de ferrugem e que algo precisará ser feito para tratá-la antes que ela chegue às residências. “Vamos ter que fazer alguma coisa. Não podemos isolar aquele poço e deixar pra lá, foram investidos R$140 mil naquela obra”, comentou.
Sobre a água que chega às casas, o diretor do Saae garantiu que toda ela é de qualidade.
A dificuldade de atendimento à população na autarquia também foi motivo de crítica do vereador Mauro César, já Luciano Duque afirmou que recebe diariamente reclamações de falta d’água na cidade.
Sobre a construção da barragem, motivo pelo qual Ney foi chamado a estar na reunião do Legislativo, o diretor disse apenas que há uma grande necessidade de construí-la, mas não há condições financeiras e que uma saída seria acatar a proposta do vereador Zezinho Gaiola, para a realização de um fundo para arrecadar recurso financeiro.
Redação do Jornal Nova Imprensa
