Entre tapas e beijos o até então presidente da Câmara dos Deputados, vertendo lágrimas, encerrou seu longo discurso dando por finda sua participação na mais alta direção daquela Casa.

Até aí, sua atitude ao que parece, já era esperada pela maioria dos quinhentos e muitos eleitos que ali dizem representar o povo brasileiro e que, sabidamente, se levado à sério ou ao pé da letra o que de fato produzem, o mais provável é que, talvez, nem cinco por cento deles, passaria no crivo ora proposto.

Mas, ao que sabemos, este é um dos grandes problemas do tal regime democrático a que somos submetidos.

Será mesmo que os gastos suportados por todos nós para mantermos aquela Casa e seus habituais frequentadores que dizem ali “trabalhar”, na condição de eleitos ou não, é mesmo algo que se justifica?

Não seria mais justo que aqueles caras que tanto dizem amar o povo que os elegem e que eles garantem representar, custassem a nós outros apenas 10% do que ali se consome sustentando uma pesada máquina administrativa que todos sabermos ser ociosa e nada mais faz que comprometer o futuro das gerações de brasileirinhos, já que em função deles, nascem devendo alguns milhares de dólares? Por que um gabinete de qualquer um daqueles – aqui falando apenas da Câmara dos Deputados – precisa abrigar sabe-se lá quantas dezenas de “aspones” com regalias, mordomias e salários que se comparados com a média da renda da população brasileira é centenas ou milhares de vezes superior a ela? E como explicar que estes caras, falamos aqui dos senhores deputados, podem se aposentar com tempo de serviço – se é o que de fato fazem, pode se enquadrar como tal (serviço), com pouco mais de meia dúzia de anos? E por que é que eles têm direito a moradia mais que luxuosa, paga pelo erário enquanto a grande maioria da população brasileira sequer tem onde se abrigar?

Como explicar que em países desenvolvidos, como por exemplo na Europa, conta-se inúmeros de seus assemelhados que se locomovem usando o transporte público, se vestem, se alimentam e residem, às suas próprias custas? E quanto recebem por lá, aqueles senhores?

Quer nos parecer que precisamos mesmo de uma reforma mais profunda neste nosso país.

Aqui tratamos apenas de relembrar, com críticas é claro, de alguns pontos negativos com relação à Câmara dos Deputados. Somemos a estes o que se gasta com o Senado, com a Presidência da República e todos os penduricalhos que compõem o Executivo – (Ministérios, autarquias, tribunais de contas, etc e tal) e, como não podia deixar de ser, com toda a estrutura do Poder Judiciário.  Isto só lá em Brasília.  De lá, poderíamos pensar da mesma forma quanto aos Estado e Municípios.

É claro que levamos aqui nosso raciocínio ao extremo! Chega a ser até uma infantilidade imaginarmos que nesta terra descoberta por Cabral, algum dia, chegaríamos a este clímax da perfeição administrativo/governamental.

De qualquer forma, o que nos motivou a caminhar nesta linha de raciocínio, foi a análise do trecho abaixo, do discurso de um deputado que, conhecido e reconhecido como bandido, foi capaz de proferir tais palavras:

“Tenho a consciência tranquila não só da minha inocência bem como de ter contribuído para que o meu País se tornasse melhor e se livrasse do criminoso governo do PT.

A história fará justiça ao ato de coragem que teve a Câmara dos Deputados sob o meu comando de abrir o processo de impeachment que culminou com o afastamento da Presidente, retirando o País do caos instaurado pela criminosa e desastrada gestão que tanto ódio provocou na sociedade brasileira”.

A esta altura dos acontecimentos, somos obrigados a concordar com ele, e ainda que a contragosto, mesmo sem conseguirmos vislumbrar nada de novo no “front político”, deixamos aqui registrado que hoje descobrimos que realmente este bandido, ainda que agindo em seu próprio interesse, um dia quem sabe, será biografado como um autêntico “mocinho”.

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