Tecnicamente, o pior jogo que vi até agora nesta Copa foi Marrocos 0 x 0 Croácia. Nem parecia que era a Croácia, atual vice-campeã do mundo. A partida mais impressionante, foi a da virada do Japão sobre a Alemanha, que mostra o que é o futebol, confirmando a frase do Muricy Ramalho: “a bola pune”. Jogaço.

Um único momento de desconcentração dos alemães e veio a derrota. Bola “marota” lançada em direção ao gol deles, dois defensores na jogada, porém, pensaram que o árbitro daria impedimento e diminuíram a passada. Foi o que bastou para o Asano aumentar a velocidade e acertar aquele chutaço, quase na cara do Neur.

Fez lembrar o Nathan Silva, zagueiro do Galo, que cometeu vacilo semelhante na marcação do Gabriel Veron, que tinha acabado de entrar. Perdeu a disputa na corrida e viu o palmeirense cruzar para o Dudu fazer 1 x 1, resultado que eliminou o Atlético na semifinal da Libertadores.

Impressionou também a condição física dos dois times e a frieza dos dois treinadores. O Asano, depois de tanta correria, parecia que estava pronto para começar outro jogo. Depois da partida, a TV mostrou a cara do técnico alemão, Hansi Flick, olhos esbugalhados, parecendo não acreditar no que tinha acontecido. Já o técnico japonês, Hajime Moriyasu, tranquilo, apenas sorridente, como se tive acabado de comandar mais um treino do time dele. Porém, já tinha se emocionado mais cedo, durante a execução dos hinos, quando chorou ao ouvir o hino do Japão, com a cena registrada pelas câmeras.

Interessante é que os algozes alemães jogam em clubes deles e disputam o campeonato alemão: Doan, que empatou, aos 30 do segundo tempo, é do Freiburg, e Asano, que virou, aos 38 é do Bochum.

As câmeras mostraram também a Ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, usando a polêmica braçadeira multicolorida “One Love”, pró-diversidade no Catar, que o Neur foi impedido pela FIFA de usar.

Quase todas as seleções europeias prometiam usar essa braçadeira, símbolo da causa LGBTQ, porém, censurada pela FIFA, pressionada pelo governo do Catar.

A Federação Alemã de Futebol apoiou seus jogadores e soltou nota justificando:

“Com a nossa braçadeira de capitão queríamos dar o exemplo dos valores que vivemos na seleção: a diversidade e o respeito mútuo. Junto com outras nações, queríamos que nossa voz fosse ouvida. Não se trata de uma mensagem política: os direitos humanos não são negociáveis. Isso deveria ser óbvio. Infelizmente ainda não é. É por isso que esta mensagem é tão importante para nós. Banir o uso da braçadeira é como calar a nossa voz.”

 

Fonte: Blog do Chico Maia

 

 

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