O Tribunal de Justiça de Minas Gerais mandou para a prisão oficiais de Justiça suspeitos de corrupção. Segundo as investigações, eles cobrariam propina para acelerar ou retardar o cumprimento de mandados relativos à apreensão de veículos.

Segundo a juíza auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça, Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, as investigações tiveram início há quatro meses, após uma série de denúncias de terceiros que teriam sido lesados principalmente em relação a irregularidades no cumprimento de mandados judiciais.

O nome e o número de oficiais de Justiça envolvidos não foram revelados. O grupo, conforme o Tribunal de Justiça, atuou em várias cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, tendo a base operacional na capital mineira. A área de atuação da quadrilha, porém, pode ser maior, diz Marixa. O dano financeiro será apurado com a quebra do sigilo bancário dos envolvidos.

Em parceria com o Ministério Público e a Polícia Civil, a Corregedoria Geral do TJMG deflagrou ontem a operação que culminou no cumprimento de 12 mandados de prisão temporária contra oficiais de Justiça e profissionais não vinculados ao Judiciário.

Além do decreto das prisões temporárias, o procedimento, que segundo os órgãos responsáveis busca coibir a corrupção, gerou 41 mandados de busca e apreensão, 14 de condução coercitiva e cinco de afastamento cautelar da função pública nas comarcas de Belo Horizonte, Contagem, Betim, Lagoa Santa, Santa Luzia, Esmeraldas e Conselheiro Lafaiete.

Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Corregedoria Geral do TJMG afirmou que na maioria dos casos, segundo as investigações, os oficiais de justiça cobravam para acelerar ou atrasar o cumprimento de mandados, e que os investigados agiam em conjunto e isoladamente.

A partir dos depoimentos que estão sendo prestados nas esferas criminal e administrativa, novos mandados podem ser expedidos, caso surjam fatos novos.

Conforme o TJMG, o número preciso de oficiais envolvidos vai depender da finalização das oitivas – audições de uma testemunha ou daqueles que se encontram envolvidos no processo que está sendo julgado.

Marixa, que presidiu o júri do goleiro Bruno Fernandes, revelou que as investigações levaram aos crimes de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, além de irregularidades em empresas privadas responsáveis pela busca e apreensão de veículos.

“A tipificação dos crimes só vai acontecer após a continuidade das investigações. Vai haver quebra de sigilos e outros procedimentos para apurar o crime. A tendência é a de que as investigações se estendam para outras comarcas do Estado”, disse.

 

Fonte: Hoje em Dia ||

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