A Polícia Civil de São Paulo desarticulou, nessa terça-feira (21), um sofisticado esquema de tráfico de drogas operado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que funcionava de forma estruturada e organizada em diversos pontos da capital e da região metropolitana.

A operação, batizada de “Auditoria”, prendeu 17 pessoas ligadas à facção, sendo dez delas ocupando o cargo estratégico de “auditor” — uma das funções mais altas dentro da hierarquia do grupo criminoso. Ao todo, os policiais tinham como alvo 38 mandados de prisão, dos quais 18 eram especificamente contra os auditores. Oito deles ainda não foram localizados, e a polícia segue em busca de 21 foragidos.

As investigações revelaram que os traficantes utilizavam o termo “lojas” para se referirem aos pontos de venda de drogas, que estavam distribuídos em 84 locais na zona leste da capital paulista e nos municípios de Guarulhos, Suzano, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e Mogi das Cruzes. Alguns desses pontos de venda movimentavam até R$ 700 mil por semana.

Inspirado no modelo de franquias empresariais, o esquema contava com auditoria financeira, monitoramento por câmeras, recursos humanos e até licença médica para traficantes que adoeciam. Os auditores tinham a responsabilidade de controlar o estoque de drogas, fazer a contabilidade financeira e solicitar novas remessas com base nas vendas realizadas.

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, destacou o nível de organização da quadrilha. “Nós vimos uma verdadeira estrutura criminosa. Tínhamos até licença médica de indivíduos que cuidavam de pontos de tráfico. Indivíduos enfermos eram afastados, e isso era contabilizado pelos auditores. Tínhamos monitoramento de câmeras, pontos de tráfico que angariavam mais de R$ 700 mil por semana”, afirmou.

Já o delegado Guilherme Leonel comparou o funcionamento da facção ao de uma empresa: “Esses pontos são da facção. Esses auditores são faccionados e exercem a função mais alta dentro daquele ponto de tráfico. Abaixo deles estão os que fazem a venda direta e os que abastecem. E existem vários grupos de WhatsApp, eles se comunicam entre si”, explicou.

Com a operação “Auditoria”, a Polícia Civil atingiu uma das camadas mais estratégicas do PCC, comprometendo parte relevante da estrutura de tráfico da facção na Grande São Paulo. As buscas pelos demais foragidos continuam, e a investigação segue para identificar outros envolvidos no esquema.

Com informações do Itatiaia

 

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