O doleiro Alberto Youssef afirmou em depoimento prestado no âmbito de seu acordo de delação premiada que entregou propina R$ 3 milhões ao ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos que seriam destinados ao senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), como resultado de uma operação da BR Distribuidora. O negócio da subsidiária da Petrobras, fechado em 2012, teria sido intermediado por Leoni Ramos, que foi secretário de Assuntos Estratégicos do governo Collor. Hoje empresário, o ex-ministro já havia aparecido na investigação da Operação Lava Jato como sócio oculto de Youssef no laboratório Labogen. A informação é do jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira (24).
Leoni Ramos é dono da GPI Investimentos e Participações, citada no relatório da Polícia Federal sobre a Lava Jato. Segundo o jornal, o doleiro afirmou aos investigadores que o empresário atuou como operador do esquema, e intermediou o suborno. O contrato em questão foi fechado com uma rede de postos de combustível de São Paulo e previa a troca de bandeira da rede, para que o grupo se tornasse um revendedor da BR Distribuidora. O negócio totalizou 300 milhões de reais ? e a propina negociada foi o equivalente a 1% do contrato, segundo o doleiro. De acordo com o jornal, Youssef afirmou que o dinheiro foi arrecadado nos postos em espécie, dividido em três parcelas de 1 milhão de reais. A propina era, então, repassada a Leoni Ramos, que a entregaria a Collor.
O doleiro não informou como o dinheiro chegou ao senador, tampouco deu nomes dos diretores da BR Distribuidora envolvidos, mas afirmou que todos sabiam que Leoni Ramos era um intermediário de Collor. O depoimento de Youssef foi prestado entre outubro e novembro do ano passado. Em agosto de 2014 o Supremo Tribunal Federal decidiu investigar a relação do senador com Youssef, de quem teria recebdio depósitos que totalizaram R$ 50 mil. A contadora de Youssef Meire Poza afirma que os depósitos foram feitos a pedido de Pedro Paulo Leoni Ramos.