A religiosa comunidade do Gama, um pequeno bairro de Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas, presenciou na missa do último domingo uma cena que dividiu opiniões. Mocinha, o que eu estava falando era sobre você mesmo, teria dito o padre João Luiz Moreira, do altar, à adolescente Thalita Alessandra Silva Mota, 16, mandando-a sair da igreja por usar roupa inadequada para a missa – por causa de uma cirurgia na coxa, ela vestia um short.
O episódio aconteceu diante de cerca de 150 fiéis. A abordagem do padre tirou a atenção de todos dentro da igreja. Ele chamou a atenção dela diante de todos, o pessoal começou a cochichar sobre o assunto. Ele não podia ter feito isso, deveria ter chamado a menina em um canto, sem prejudicar a garota, que virou motivo de conversa durante o dia todo, foi um absurdo, solidarizou-se a estudante Larissa Cristina.
O problema não foi só o episódio do short, mas o que corre também na cidade é que a menina não estava tendo um comportamento adequado dentro da igreja, disse uma moradora que pediu para não ser identificada.
O pai de Thalita, o cortador de solas de sapato Cleisson Renato Mota, disse que, ao fim da missa, ainda tentou explicar ao padre João Luiz que a filha havia passado por uma cirurgia há 30 dias e, por causa dos 20 pontos que ela levou para reconstituir um corte na coxa, o médico a proibiu de tampar o ferimento. O padre, no entanto, teria alegado ter uma missa na cidade vizinha em seguida e não o deixou falar.
Justiça
Revoltado com o constrangimento sofrido pela filha, ainda mais no dia da primeira comunhão da irmã, Thaís Cristina, 10, Cleisson Renato Mota disse que fez, logo depois, um boletim de ocorrência no Batalhão da Polícia Militar de Nova Serrana.
Não satisfeito, ele vai se encontrar hoje com um advogado para ver com ele o que pode ser feito na Justiça. A decisão sobre um possível processo judicial ainda será anunciada.

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