Um homem foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado, por estuprar pelo menos seis vezes a filha adolescente em Hortolândia, no interior de São Paulo.

A jovem havia retomado há pouco tempo o contato com o pai biológico, que é divorciado da mãe, e viajou para passar alguns dias na casa dele, segundo o processo do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Nesse período, o homem voltava mais cedo do trabalho, fechava portas e janelas da casa e colocava filmes pornôs na TV. Então forçava a adolescente a ter relações sexuais e praticar atos libidinosos “mediante violência e grave ameaça”, segundo a decisão.

Sem conseguir contato com a filha, a mãe passou a exigir, por telefone, que o ex-marido trouxesse a adolescente de volta e ameaçou chamar a polícia. Os crimes aconteceram em 2017 e a sentença foi proferida cinco anos depois, no dia 15 de dezembro de 2022. Ainda cabe recurso.

No documento, o juiz André Forato Anhê, da 1ª Vara Criminal de Hortolândia, compreendeu os motivos de a vítima ter ficado em silêncio por dois meses, antes de fazer a denúncia à polícia.

“A vítima (…) estava em uma cidade onde não conhecia ninguém; temia que sua irmã e vizinhos não acreditassem nela; e tinha receio de ter seu comportamento questionado (como, de fato, o foi)”, escreveu André Forato Anhê. “Ainda se sentia coagida pelas ameaças diárias do acusado por telefone”.

O juiz também negou a versão da defesa de que não seria crível que a adolescente tivesse ficado por dias seguidos sendo abusada e não tivesse gritado, pedido ajuda a vizinhos ou fugido.

“Todas essas circunstâncias demonstram o inegável temor reverencial da vítima em relação ao acusado, temor que contribui para explicar a imobilidade e para entender a culpa e a vergonha que surgiram na vítima desde o início da violência”.

Fonte: Metrópoles

COMPATILHAR: