Centenas de pessoas morreram nos protestos de Lhasa e outras cidades da região chinesa do Tibete, denunciou nesta segunda-feira (17) o Parlamento tibetano no exílio em Dharamsala (norte da Índia). O governo chinês nega a informação.
O fato de vastas manifestações que começaram no dia 10 de março na capital Lhasa e em outras regiões do Tibete terem provocado a morte de centenas de tibetanos pelo uso da força (…) deve chamar a atenção das Nações Unidas e da comunidade internacional, afirmou o Parlamento no exílio em um comunicado.
O comunicado vem no dia em que termina o ultimato dado pelo governo chinês, que quer que os líderes das manifestações se entreguem. O prazo vai até as 13h de Brasília.
O documento foi emitido em Dharamsala, local de exílio do Dalai Lama, líder espiritual dos budistas tibetanos, e sede do governo e do Parlamento tibetanos no exílio.
Segundo o comunicado, os líderes tibetanos no exílio formaram um comitê de vigilância da informação para reunir informações procedentes do Tibete, território que a China colocou sob rígidas medidas de segurança após uma onda de protestos e distúrbios no final da semana passada.
O comunicado não forneceu mais detalhes sobre o registro de mortos.
Colaboradores do Dalai Lama haviam afirmado no domingo (16) que haviam confirmado a morte de 80 pessoas nos distúrbios, mas disseram temer que o número de mortos seja muito maior.
Samdhong Rinpoche, primeiro-ministro do governo tibetano no exílio, também pediu uma intervenção internacional.
Pedimos à comunidade internacional e às Nações Unidas que enviem delegações ou comissões ao interior de Tibete, afirmou durante a entrevista coletiva à imprensa para a divulgação do comunicado do Parlamento no exílio.

Sem YouTube
O portal de troca de vídeos na Internet YouTube continua bloqueado mais de dois dias na China, depois que foram colocados nele vídeos sobre os protestos da semana passada em Lhasa, segundo denunciaram hoje internautas do país asiático.
O site do jornal britânico The Guardian, uma das primeiras que publicou fotos dos protestos, também não está acessível em Pequim, segundo pôde comprovar a agência de notícias Efe.
É a segunda vez em meio ano que a China censura o YouTube, uma das páginas web mais populares do mundo.
A primeira ocasião foi em outubro de 2007 quando aconteceu o 17º Congresso do Partido Comunista da China, um evento realizado de cinco em cinco anos que costuma ser acompanhado de um aumento do controle informativo.

13 mortos
Treze civis inocentes foram queimados ou apunhalados até a morte nos distúrbios de sexta-feira em Lhasa, informou a principal autoridade local, Qiangba Puncog.
Puncog, citado pela agência estatal chinesa Xinhua, assegurou em entrevista coletiva que os autores dos distúrbios causaram mais de 300 incêndios em regiões residenciais e lojas, além de destruir 56 veículos e 214 lojas.
Além disso, os distúrbios deixaram 61 policiais feridos, dos quais seis estão em estado grave.
Puncog assegurou que a população da região lutará firmemente contra o separatismo, a favor da pátria unificada e para manter a estabilidade social. Também afirmou que qualquer tentativa separatista de sabotar a estabilidade do Tibete não receberá o apoio do povo e está condenado ao fracasso.
Segundo a imprensa oficial, a eletricidade voltou à capital tibetana, onde os protestos iniciados no dia 10 de março, coincidindo com o 49º aniversário da revolta contra o regime comunista chinês, atingiram seus momentos mais violentos na sexta-feira passada (14).

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