Um protesto pedindo intervenção militar no país, que ocorreu na porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na tarde dessa quinta-feira (31), terminou em confusão quando três pessoas – sendo duas delas integrantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) – foram até o local e agrediram os manifestantes com socos e pontapés. A Polícia Militar  ainda não divulgou os nomes dos envolvidos.

Os agressores participavam de uma audiência pública na ALMG, que debatia o relatório preliminar da Comissão da Verdade de Minas (Covemg), formada para tratar dos crimes cometidos durante o período do regime militar.

Testemunhas contaram que os três homens deixaram a Casa indignados com o ato e começaram a discutir com um grupo de 20 manifestantes pró-intervenção, que carregavam faixas e cartazes com os dizeres “nossa bandeira nunca será vermelha”, “não seremos uma nova Venezuela” e “intervenção cívico militar já”.

“Um deles pegou a bandeira do Brasil, partiu com o joelho, jogou no chão e pisou. Arrancaram nossas faixas, jogaram nossos materiais. E isso no meio do protesto. Podiam ter atingido uma pessoa qualquer. E aí saíram correndo feito moleques e nós chamamos a polícia”, contou o professor universitário Arthur Alvarenga, de 59 anos, que participava da manifestação.

Com a chegada da PM, os três homens foram localizados e presos por lesão corporal. Outros cinco representantes do ato acompanharam os militares e os detidos até a Central de Flagrantes (Ceflan) II, da Polícia Civil, no bairro Floresta, para o registro do boletim de ocorrência.

O professor Warlen Nunes, de 30 anos, que também testemunhou a confusão, desmentiu a versão dos manifestantes e disse que as agressões partiram do outro lado. “É mais uma versão enviesada e mentirosa desses agrupamentos saudosistas da ditadura que a gente sabe como agem. A mentira é a arte deles”, ponderou.

“Alguns cartazes que pediam a intervenção militar deles foram desafixados e eles registraram boletim contra as pessoas que tiraram. Na hora que as faixas estavam sendo desafixadas, membros do grupo deles partiram para a agressão”, disse.

Em nota, o PCB afirmou que a manifestação foi uma “clara provocação contra os ex-presos políticos, familiares de desaparecidos políticos durante a ditadura burgo-militar brasileira e aos integrantes dos movimentos sindicais e populares presentes (na audiência pública)”.

A legenda ainda disse que os três presos foram “ameaçados e xingados pelo grupelho de fascistas” e exigiu a “imediata liberação dos companheiros presos”.

 

Fonte: O Tempo ||

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