Os diretórios dos principais partidos de Minas irão começar o ano eleitoral de 2014 no vermelho. Juntas, as siglas têm um déficit de R$ 1,56 milhão, segundo os balanços apresentados ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-MG) pelas próprias legendas. Se somadas as dívidas dos diretórios municipais, o valor chega a R$ 2 milhões.
Sair do eterno negativo é uma dificuldade que atinge a maioria dos partidos. Entre os que não conseguem equacionar receitas e despesas estão PT, PMDB, PTB e PP. O atual Demonstrativo de Receitas e Despesas (DRD) do PT, documento que revela a situação financeira das siglas ao longo de sua existência, mostra que a legenda tem déficit de R$ 956 mil. Em segundo lugar no ranking dos que operam com caixa negativo, vem o PMDB, com R$ 374 mil. Em seguida está o PTB, com dívida de R$ 217 mil.
Segundo o tesoureiro do PMDB, Célio Mazoni, o balanço do partido vem contabilizando quedas desde 2001, quando o diretório estadual sofreu punições por irregularidades na contabilidade. Além de pagar multas, os peemedebistas perderam o direito de receber o fundo partidário ? principal fonte de renda das legendas ? por alguns períodos.
Apesar de aparecer com saldo negativo, Mazoni garante que o partido está com as contas em dia. ?Não devemos ninguém. Nossas despesas giram em torno de R$ 80 mil, e a nossa cota do fundo, em R$ 140 mil. Normalmente há superávit para passar as vacas magras.?
Na prática, no entanto, a teoria não tem se aplicado. Punido pelas contas apresentadas nos anos de 2005 e 2007, o partido está sem receber o repasse do fundo desde agosto, e a sanção deve se estender até dezembro. Até lá, o diretório nacional arca com as despesas de pessoal e aluguel para não fechar as portas.
O presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, afirma que a contabilidade ficou prejudicada pela campanha municipal de 2012. ?Em ano eleitoral, os gastos crescem?. Apesar dessa avaliação, ele acredita que o PT não será prejudicado na disputa de 2014. ?Até lá, vamos equilibrar as contas?. Lopes não soube detalhar as razões do déficit.
Já a tesoureira do PTB, Mara Mourão, diz desconhecer o déficit de R$ 217 mil. Mas ela confirma que o diretório vive uma situação difícil. ?O que entra, sempre sai. Muitas vezes, precisamos recorrer aos deputados e ao diretório nacional?. Segundo ela, o partido recebe cerca de R$ 10 mil por mês do fundo. Cada um dos seis deputados ainda contribui com R$ 500 mensais.
Na lista de partidos que apresentam balanços positivos estão PSDB, com R$ 2 milhões, PR, com saldo positivo de R$ 193 mil, e DEM, com superávit de R$ 39 mil.

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