Tiveram início na sexta-feira passada (1º) os trabalhos de campo relacionados à pesquisa sobre Leishmaniose em Formiga. Dois biólogos vinculados à Fundação Ezequiel Dias (Funed) e à Universidade do Estado de Minas (Uemg), de Divinópolis, estão visitando os moradores para que eles respondam a algumas questões objetivas.
Tal pesquisa tem como objetivo fazer um levantamento do conhecimento da população formiguense sobre a Leishmaniose.
Segundo informações da Secretaria de Comunicação, em um primeiro momento estão sendo visitadas as casas do Centro de Formiga. Em breve, as visitas serão realizadas nos bairros Novo Horizonte, Nova Brasília (Lajinha) e Nossa Senhora de Lourdes. Esta pesquisa está sendo aplicada às quintas e sextas-feiras.
A Secretaria Municipal de Saúde pede a colaboração da comunidade para que respondam ao questionário. Os pesquisadores são: Júlia Alves Menezes e Rafael Negreiros Verne. Ambos estão com um crachá da Prefeitura de Formiga e vestidos com jalecos.
Mais informações pelo telefone 3322-5260.
Leishmaniose visceral (Calazar)
Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi.
Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem.
A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas por meio da picada do mosquito fêmea infectado.
Na maioria dos casos, o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.
Sintomas
Os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco a vida do paciente. Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles destacam-se os testes sorológicos (Elisa e reação de imunofluorescência), e de punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos.
É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, porque os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc.
Tratamento
Ainda não foi desenvolvida uma vacina contra a leishmaniose visceral, que pode ser curada nos homens, mas não nos animais.
Os antimoniais pentavalentes, por via endovenosa, são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos.
Em segundo lugar, está a anfotericina B, cujo inconveniente maior é o alto preço do medicamento. Uma nova droga, a miltefosina, por via oral, tem-se mostrado eficaz no tratamento dessa moléstia.
A regressão dos sintomas é sinal de que a doença foi pelo menos controlada, uma vez que pode recidivar até seis meses depois de terminado o tratamento.
Recomendações
Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;
Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;
Cuide bem da saúde do seu cão. Ele pode se transformar num reservatório doméstico do parasita, que será transmitido para as pessoas próximas e outros animais;
Lembre-se de que os casos de leishmaniose são de comunicação compulsória ao serviço oficial de saúde.

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