A Polícia Federal iniciou nesta terça-feira (11), em Divinópolis e Ribeirão Preto/SP, a chamada operação Faena. O objetivo da operação é desmantelar uma quadrilha especializada em fabricar e utilizar documentos falsos para a obtenção de empréstimos em instituições financeiras. Estão sendo cumpridos 8 mandados de prisão temporários e 8 de busca e apreensão.
A investigação foi iniciada há dois meses após solicitação de uma agência bancária de Divinópolis, que suspeitou da documentação apresentada por clientes para abertura de conta corrente.
Após o pedido de providências, policiais federais investigaram a conduta dos suspeitos que, somente em Divinópolis, abriram contas em cinco instituições financeiras, utilizando nomes e documentos falsos.
Os criminosos, valendo-se de carteira de identidade, CPF e declaração de imposto de renda falsos se tornavam clientes de várias instituições financeiras de municípios da circunscrição desta Delegacia de Polícia Federal. Depois solicitavam empréstimos para cada uma destas contas. Também foram criadas empresas de fachada com o intuito de obter linhas de créditos de maior valor.
Alguns dos nomes falsos utilizados pela quadrilha são: Mário de Almeida Prado, Camila Linhares de Melo, Nilza Maria Martins, Idelma Vieira de Carvalho, dentre vários outros que estão sendo investigados.
Após os bancos concederem o crédito (talão de cheque, cartão, empréstimo pessoal, capital de giro, etc…) os estelionatários gastavam todo o limite concedido e deixavam a cidade, deixando grande prejuízo no comércio local.
Confirmou-se a atuação da quadrilha na cidade de Bambuí, Divinópolis e Franca/SP.
O prejuízo em cada localidade pode ser estimado em até R$1 milhão, dependendo do sucesso do golpe perante os bancos.
A operação foi batizada de Faena em alusão às touradas espanholas, uma vez que uma das empresas de fachada da quadrilha se chamava ?El Toro?.
Foi determinada pela Justiça Federal de Divinópolis a prisão temporária dos investigados por um prazo inicial de cinco dias, prorrogáveis pelo mesmo período. Neste tempo serão realizadas várias diligências pela Polícia Federal para completa elucidação dos fatos sem interferência dos envolvidos. Terminado o prazo de prisão temporária será avaliada a necessidade de se representar pela prisão preventiva dos mesmos.
Os investigados foram presos em Franca/SP, onde residem e encaminhados nesta terça-feira, para delegacia de Divinópolis. Os investigados serão interrogados e indiciados pelos crimes de estelionato (Art. 171 do CP ? 1 a 5 anos de reclusão), formação de quadrilha (Art. 288 do CP ? 1 a 3 anos de reclusão), falsificação de documento particular (Art. 298 do CP ? 1 a 5 anos de reclusão), falsidade ideológica (Art. 299 do CP ? 1 a 5 anos de reclusão) e uso de documento falso (Art. 304 do CP ? 1 a 5 anos de reclusão).
Será apurada durante o interrogatório a participação de cada um dos envolvidos no esquema. Também está sendo apurada a participação de um funcionário de um banco em São Paulo que facilitava a liberação de créditos e informações, mediante o pagamento de propina.
Após os interrogatórios os presos serão encaminhados ao presídio Floramar, em Divinópolis.

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