O índice de pirataria de software no Brasil ainda supera os 50% dos softwares vendidos e caiu apenas um ponto percentual em 2007 contra 2006, mas é o menor entre os vizinhos da América Latina e também dentro do bloco conhecido por BRIC (formado por Brasil, Rússia, Índia e China).
Em 2007, segundo dados apresentados nesta sexta-feira (14) pela Business Software Alliance (BSA), 59% dos softwares comercializados no Brasil foram copiados ilegalmente, índice que era de 60%.
As perdas em receita para a indústria de software, entretanto, diante do crescimento anual desse mercado, foram maiores: US$ 1,617 bilhão, ante as perdas de US$ 1,148 bilhão no ano anterior.
A queda na porcentagem pode parecer pequena, mas, na avaliação de Robert Holleyman, presidente mundial da BSA mostra uma tendência de redução. Além disso, destacou, o Brasil está abaixo da média da América Latina, que foi de 65%, e do BRIC, que foi de 75%.
Para ele, na medida em que o mundo se volta para as nações do BRIC, o Brasil estar à frente é uma grande oportunidade, afirmou Holleyman, em encontro com a imprensa.
Segundo ele, o governo brasileiro tem sido bastante pró-ativo no combate à pirataria e reconhece a importância da proteção aos direitos autorais.
Os membros da BSA estiveram reunidos com o governo brasileiro na quinta-feira. Para Frank Caramurú, diretor-geral da BSA no Brasil, o governo está bastante consciente, mas o que falta é a conscientização das pessoas para que o índice brasileiro caia ainda mais.
As pessoas relutam a entender que quando usam um software pirata estão impedindo a economia do país de crescer ou de gerar mais empregos, afirmou.
Lição da Rússia
O destaque na pesquisa apresentada nesta sexta-feira, no entanto, foi a Rússia, que conseguiu reduzir seu índice de pirataria em sete pontos percentuais em um ano. O país chegou a 2007 com 73% de índice de pirataria entre os softwares vendidos, ante 80% no ano anterior.
Para Holleyman, o governo russo se deu conta de que tem uma indústria de software muito forte e que combater a pirataria nesse segmento ajudaria a desenvolver a economia do país.
Entre as medidas adotadas pelo governo russo no ano passado, o presidente da BSA citou campanhas de conscientização para o público, o ingresso do país na Organização Mundial do Comércio (OMC), que obrigou as companhias a cumprirem regras de propriedade intelectual, e maior fiscalização às empresas usuários de softwares ilegais.
Segundo o executivo, o fato da indústria estar se fortalecendo naquele país também fez com que o governo contasse com o empenho dos próprios desenvolvedores nas ações para coibir a pirataria.

A média mundial de softwares piratas detectados pela BSA foi de 38%–um acréscimo de 3 pontos sobre 2007–, gerando perdas de US$ 47,809 bilhões a essa indústria, além de redução na arrecadação de impostos e geração de empregos, como citou a entidade.
O país com menor nível de pirataria é os Estados Unidos, cujo índice em 2007 caiu 1 ponto percentual, para 20% do total. A nação norte-americana, no entanto, como é o maior mercado mundial de software, foi a que apresentou a maior perda de receita: US$ 8,04 bilhões.
A Armênia foi em 2007 o país com mais alto índice de pirataria de software, de 93%, ainda que tenha reduzido o percentual em 2 pontos sobre 2006.
No segundo lugar estão empatados Bangladesh, Moldova e Azerbaijão, com 92 por cento dos softwares ilegais.

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