Chegou julho. O inverno fica mais frio, com a chuva que cai, de vez em quando, na Cidade da Dança, devagarinho, alternando com o sol, ou fica mais quente, com tanto movimento e cor? As azaleias desabrocham, espalhando cores e, qual grande caixa de música, a cidade dos príncipes e das flores é, também, um grande palco: apesar do frio, a emoção, bailarina, vibra dentro de todos e a música é poesia na ponta das sapatilhas…

Começou mais uma edição do Festival de Dança de Joinville, o maior do gênero na América Latina, quiçá do mundo, também conhecido como Festival Nacional de Dança. Desde julho de 1983, a música chega de mansinho pelas ruas e palcos da cidade e os bailarinos vão surgindo e a alegria comemora o inverno na capital da dança.

São mais de cinquenta mil espectadores, só nos palcos oficiais – da mostra competitiva, da mostra de dança contemporânea, do festival meia-ponta – pois além deles há os palcos alternativos espalhados pela cidade em praças, fábricas, shopping centers, hospitais e nos bairros. Durante quase duas semanas de festival, a música, poesia do som, embala a emoção, aguça os sentidos, transborda o coração, explode por todos os poros e faz-se movimento, dança e enlevo…

E, no meio da magia deste tempo, eu jogo meus sentidos ao longo do corpo e na ponta dos pés dos bailarinos e bailarinas, essa gente esguia que se lança no ar. Esse alçar voo no compasso da emoção, como se os pés e os braços fossem asas ao sabor do som, da música que embala e impulsiona, enlevo e encanto… Dançam meus olhos, bailarinos trôpegos, ávidos de movimento, de beleza e luz, a eternizar a arte divina e imortal na ponta desses pés…

Na esquina do sol e da chuva, na esquina das cores, da poesia e da magia, brota uma cidade: Joinville, a cidade das flores, a capital da dança.

Então, dança, Joinville, dança, e embala a minha alma, embala-o.

 

 

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