Um dos nomes mais importantes do modernismo brasileiro, o poeta mineiro Emílio Moura está sendo homenageado pela direção da Superintendência das Bibliotecas de Minas Gerais. A exposição itinerante com a literatura do escritor chegou a Formiga e está sendo apresentada na Biblioteca Pública Municipal Doutor Sócrates Bezerra de Menezes. A mostra foi intitulada de ?Poesia, teu nome particular é Emílio?. A abertura da exposição ocorreu nesta quinta-feira (7) e a mostra ficará até o dia 6 de agosto. Admiradores do estilo poético podem conhecer o trabalho do escritor, por meio de banners dispostos no local. O horário de funcionamento da biblioteca municipal é de segunda a sexta, das 7h às 18h.
De acordo com a coordenadora da biblioteca municipal, Zoé Selma da Silva Rodrigues, o objetivo da exposição é incentivar à leitura e trazer para o conhecimento do público autores pouco conhecidos.
Durante o lançamento da mostra, houve declamação de poemas, jogos teatrais e apresentação de repente (histórias cantadas), por Edson Ferreira, conhecido como Palhaço Rachid.
Paralelo à exposição, visitantes podem conferir também poemas de alunos da Escola Estadual Professor Joaquim Rodarte. Os trabalhos remetem à literatura de cordel (poesias penduradas em cordas ou cordéis), manifestação cultural comum nas regiões do Nordeste e do Sul. A elaboração dos poemas teve início em março, mês em que se comemora a poesia.
Conheça o poeta mineiro
Emílio Guimarães Moura nasceu em Dores do Indaiá (MG), em 1902 e faleceu em 1971. Ao lado de Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura fez parte da célebre geração que renovou a literatura na cidade de Belo Horizonte nos anos 20 e 30. Embora pouco lido e conhecido, foi um dos nomes mais representativos da Literatura Brasileira da fase modernista. Em 1949, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Mineira de Letras e em 1969 recebeu o prêmio do Pen Club do Brasil, e o Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro.
Condição humana (Emílio Moura)
Como captar da vida
o que rápido, foge
entre dúvidas? Como
reter o que, mal surge,
já se desfaz: é sombra,
algo vago, já neutro,
réstia pálida, eco
de nada, de ninguém?
Um minuto se esboça,
rútilo se sonha,
ardente se anuncia.
Onde? Quando? Quem sabe?
Sempre se sabe tarde,
sem mais onde, nem quando.

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