Policiais civis de Minas Gerais decidiram, nessa terça-feira (28), adotar o regime de “estrita legalidade” como forma de pressionar o governo de Romeu Zema (Novo) pela recomposição salarial da categoria. A medida, que consiste em suspender atividades extras e cumprir apenas o que está previsto em lei, foi definida durante uma assembleia realizada na Praça da Assembleia, no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte.
De acordo com o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol/MG), a decisão reflete o descontentamento dos servidores diante das perdas salariais e da precariedade das condições de trabalho. A categoria também discutiu a possibilidade de uma paralisação total, que será votada em uma nova assembleia a ser convocada nos próximos dias.
O presidente do sindicato, Wemerson Oliveira, afirmou que os salários dos policiais civis acumulam uma defasagem de quase 50%, resultado de anos sem recomposição inflacionária. Segundo ele, o problema é agravado pelo déficit de efetivo, o que impacta diretamente a segurança da população.
“Um policial que investiga facções como o Comando Vermelho e o PCC não pode receber menos de quatro mil reais líquidos por mês. Ele precisa morar em um lugar seguro, educar seus filhos e viver com dignidade. Isso é o mínimo”, declarou Oliveira.
O sindicalista também destacou as dificuldades estruturais enfrentadas nas unidades policiais.“Tem delegacias que não têm água, bebedouro, papel higiênico ou material básico. Os policiais sempre deram um jeito, comprando do próprio bolso”, afirmou.
Além das perdas salariais e da falta de infraestrutura, o Sindpol denuncia o abandono das delegacias e a ausência de diálogo com o governo estadual.
O jornal Hoje em Dia tentou contato com o Governo de Minas, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Reportagem de estagiária sob supervisão de Renato Fonseca.
Com informações do Hoje em Dia










