Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Minas Gerais entraram, nesta segunda-feira (20) para o clube dos insatisfeitos com as carreiras e os salários pagos pela União.
Policiais mineiros e de pelo menos outros 20 estados aderiram à greve nacional e prometem fazer vista grossa às infrações de trânsito e somente atender aos casos emergenciais. Mais uma vez, quem sofrerá com a paralisação deverá ser a população.
Não iremos cruzar os braços, iremos todos trabalhar. A questão é que só iremos atuar em casos emergenciais, em acidentes ou em casos criminais nas rodovias, auxiliando a Polícia Militar. Vamos atender aos 30% exigidos nesses casos, afirmou a presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado (Sinprf), Maria Inês Mendonça, referindo-se ao efetivo mínimo exigido por lei para as greves.
Serviços como fiscalizações – inclusive as com bafômetro -, blitze educativas, radares de velocidade móveis e até escolta de carretas serão suspensos durante a paralisação. Assim, muitos motoristas estarão livres para cometer as mais diversas infrações, sem multas. A nossa ideia inicial era fazer fiscalizações rigorosas, para mostrar como o trabalho deveria se feito. A Justiça, no entanto, nos proibiu de realizar atos como esse, contou a presidente do sindicato, relembrando a decisão da Justiça proibindo as chamadas operações-padrão, na última semana.
Uma reunião entre representantes dos sindicatos nacionais da PRF e o Ministério do Planejamento, em Brasília, está marcada para quinta-feira (23). Caso não haja acordo, os chefes das 18 delegacias da polícia no Estado prometem entregar os cargos em uma solenidade marcada para a sexta-feira, na capital. Nenhuma outra manifestação havia sido agendada até o fechamento desta edição.
Amordaçados
Cerca de 60 agentes, escrivães e papiloscopistas (peritos) da Polícia Federal (PF), em greve há 14 dias, fizeram ontem um protesto em frente à Assembleia Legislativa de Minas.
Amordaçados e com velas nas mãos, eles voltaram a pedir uma melhoria na estrutura da PF. É uma manifestação contra o sucateamento da PF e o controle político por parte do governo, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Minas Gerais (Sinpef-MG), Renato Deslandes, ressaltando que a manifestação será repetida hoje no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana.
A categoria também se reúne hoje com a União, em Brasília, para discutir, mais uma vez, as reivindicações.

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