Atualmente são realizadas grandes e eficazes campanhas de vacinação infantil, porém é essencial alertar também a população adulta para a importância de se imunizar contra certas doenças e estar sempre atenta à atualização do cartão de vacinas. Adultos e adolescentes têm à disposição uma série de imunobiológicos que podem ser encontrados na rede pública.
Segundo o médico e referência técnica em imunização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), José Geraldo Leite, a avaliação da situação vacinal do adulto deve iniciar-se pela caracterização individual em relação à profissão, frequência e destinos mais comuns das viagens, práticas sexuais e presença ou não de doenças pré-existentes. ?É sempre importante indagar sobre o passado vacinal e tentar obter a documentação específica das pessoas? , afirma ele.
O especialista informou ainda que as mulheres em idade fértil, mesmo as não gestantes, devem ter uma atenção especial à atualização de seu cartão de vacinas, pois, no caso de futuras gestações, a proteção se estende aos fetos e recém-nascidos. ?É importante buscar a vacina antecipadamente, porque, durante uma futura gestação, a mulher pode ficar impossibilitada de receber determinada dose de vacina. Toda mulher em idade fértil deve ter recebido a vacina contra hepatite B e a vacina tríplice viral, contra sarampo, rubéola e caxumba?, alerta.

Medicina de viagem
Outro importante fator para a atualização do cartão de vacinas é a chamada ?medicina de viagem?, ou seja, buscar imunização, com antecedência, para que as pessoas se protejam em caso de deslocamentos. ?Esta prática deve fazer parte do nosso planejamento de férias, assim como é comum uma revisão no carro, por exemplo?, salienta José Geraldo.
É o caso da vacina contra febre amarela, muito procurada em caso de viagens internacionais. ?Alguns países exigem que o turista esteja imunizado. Isto se deve mais ao fato de a pessoa evitar o risco de adoecer naquele país do que levar a doença para lá?.

PNI
Com o objetivo de promover a vacinação da população brasileira e diminuir ou até mesmo erradicar algumas doenças no território brasileiro, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, mantém o Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Criado em 1973, o PNI contribuiu de forma significativa para a erradicação da febre amarela urbana e da varíola no Brasil. Outro resultado de destaque é a ausência de registros de paralisia infantil há 14 anos e do sarampo há três. Além da imunização de crianças, o PNI também prevê a vacinação de adultos, principalmente de mulheres em idade fértil e de idosos a partir de 60 anos de idade.
A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) coordena o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Define normas e procedimentos técnicos, mediante ações estratégicas sistemáticas de vacinação da população, com base na vigilância epidemiológica de doenças imunopreveníveis e no conhecimento técnico e científico da área. Também é papel da SVS a aquisição, conservação e distribuição dos imunobiológicos que integram o PNI.

História
A vacinação no Brasil surgiu no início do século XX, coordenada pelo Departamento Nacional de Saúde Pública, para promover uma revolução sanitária em razão das necessidades do país. Principalmente devido à falta de saneamento básico nas cidades, as pessoas ficavam sujeitas a várias epidemias como as de febre amarela e varíola. A primeira vacina foi criada em 1796, pelo inglês Edward Jenner, que injetou em um garoto de oito anos de idade um soro de varíola bovina, conseguindo imunizá-lo. Devido à facilidade com que os humanos contraíam a raiva de animais, em 1885, Louis Pasteur criou a vacina contra a doença. A partir daí surgiram vários outros tipos de vacina, como a contra a Poliomielite (ou Paralisia Infantil), inventada por Albert Sabin, em 1960, que atualmente conta com uma eficaz campanha de vacinação nacional.

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