?Não há marginais na Ferreira Pires, há usuários de drogas, o que não é a mesma coisa. Há policiamento na praça, por isso não há maiores perigos. Lá é um local bem guardado?. Foi assim que o vereador e presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública (Consep), José Geraldo da Cunha (Cabo Cunha/PMN) definiu a atual situação da Praça Ferreira Pires, em entrevista ao jornal Nova Imprensa.
O vereador já havia se posicionado sobre o assunto durante a reunião da Câmara Municipal de segunda-feira (16), mas, na ocasião, foram muitas as opiniões contrárias à dele, como a do vereador Mauro César/PMDB, que acredita que o local oferece riscos à população e que algo deve ser feito para que o patrimônio público volte a servir a quem de direito: o povo.
Também na contramão da fala de Cunha, está a opinião de Ricardo Caetano de Faria, sócio de um hotel que fica nas imediações da praça. Há 15 dias, Ricardo Faria teve o estacionamento de seu empreendimento invadido e dois carros de clientes arrombados, de onde foram levados toca-CDs e outros pertences. ?A atual situação da praça afasta os hóspedes, que têm medo de passar pelo local assim que anoitece. Vários deles contam que já foram abordados por pessoas que pedem dinheiro e eles dão por terem medo da reação dessas pessoas em caso de negativa?, conta Faria. ?Além de perdermos clientes, ainda temos que arcar com os prejuízos causados aos nossos hóspedes, já que seus veículos estavam sob a nossa responsabilidade? , acrescenta.
O capitão Arakén de Freitas, da 13ª Companhia Independente da PM, explica que, apesar de realmente necessitar de tratamento, o dependente químico oferece sim riscos para a sociedade, uma vez que, com o estímulo da droga, pode vir a cometer atos de violência. Ele também explica que houve, nos últimos meses, uma diminuição considerável do número de ocorrências na praça Ferreiras Pires e ressaltou que realmente há policiamento no local, o que não impede completamente o uso e venda de drogas no local, que é mal iluminado.
Mas o problema da praça não está restrito aos usuários. Dinheiro público foi e continua sendo investido ali, como para a compra de um novo temporizador, mas a população que, antigamente frequentava a praça, hoje procura novas alternativas de lazer.
Bares e a feira de artesanato foram fechados ou retirados da praça e comerciantes continuam a terem prejuízos pela escassez de clientes. Será que precisa de mais motivos para provar que as coisas por lá não andam bem?

Luzes apagadas às 23h
Procurado para prestar esclarecimento sobre o desligamento das luzes na Ferreira Pires após as 23h, o secretário de Gestão Ambiental, Paulo Coelho da Rocha, explicou que não existe nenhuma ordem para que isso seja feito e que, na verdade, se trata de um problema técnico. O aparelho que controla o acendimento e desligamento das luzes da praça ? um temporizador, está com defeito e já está sendo licitado um novo, o que resolverá em definitivo o problema. ?Infelizmente, todo processo de compra dentro da administração municipal precisa de licitação. Isso atrasa na resolução de problemas simples como esse, mas é o que garante a transparência dos gastos públicos?.

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