Depois de apresentar uma notícia-crime que resultou em operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime (Gaeco) contra vereadores da cidade, áudios obtidos pela reportagem de O Tempo indicam que o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC), pode estar envolvido no esquema de corrupção que promoveu mudanças irregulares no zoneamento urbano do município.

No fim de maio deste ano, o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Print Júnior (PSDB) – afastado da chefia do Legislativo – e o vereador Rodrigo Kaboja (PSD) – afastado das funções parlamentares – foram alvo de mandados de busca e apreensão devido à suspeita de terem recebido R$ 20 mil para aprovar um projeto de lei que previa alterações em uma determinada rua, com o objetivo de permitir a instalação de uma empresa no local.

Em um dos áudios atribuídos ao prefeito, ele diz: “tô com o Kaboja aqui (…) eu conversei com você na segunda, terça-feira, vocês não começaram a tirar a terra? Você falou que ia começar a tirar a terra, gente! Eu já falei que pode tirar essa merda do seu terreno, essa terra aí, que tem o processo aqui, não vai ter multa, não ter nada, não ter fiscal para encher o saco não”, supostamente referindo-se ao andamento das obras.

Também foram investigados pelo Gaeco os empresários Hamilton Antônio de Oliveira, Eduardo Costa Amaral e Nicácio Diegues Júnior, sendo este último mencionado por Gleidson em outro áudio: “Nicácio, é 24 horas, o que você precisar é na hora, pode ter certeza disso, fala tudo que você precisar que eu vou acelerando aqui”.

Na época da operação, o vereador Eduardo Print negou qualquer irregularidade. Rodrigo Kaboja, por outro lado, alegou que estaria sendo perseguido politicamente pelo chefe do Executivo como forma de retaliação por CPIs abertas para investigar a administração municipal.

Também na ocasião, a Prefeitura de Divinópolis informou, por meio de nota, que aguardava o resultado das investigações e afirmou que “os Poderes são independentes e que confia no trabalho tanto do Ministério Público quanto do Judiciário”. Já o Ministério Público falou que não comenta investigações em curso para não atrapalhar a apuração do caso.

De acordo com reportagem de O Tempo, sobre os novos fatos, a Prefeitura de Divinópolis foi procurada, mas ainda não se manifestou.

Fonte: O Tempo

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