O prefeito de Lagoa da Prata, Paulo César Teodoro (PDT), é acusado de censura à imprensa. No mês passado, o ?Jornal da Cidade? começou a ser distribuído no município com um balanço das promessas feitas por Teodoro na campanha eleitoral de 2012. A publicação local destacava que das 79 promessas feitas para o primeiro ano, apenas 10% delas haviam sido realizadas. No entanto, quando ele foi distribuído, um funcionário da prefeitura recolheu a publicação no comércio.

?No dia 23 de dezembro, iniciamos a distribuição dos jornais. Um funcionário da prefeitura, lotado na Secretaria de Esportes, passou recolhendo-os. Ele recolheu exemplares em vários postos de distribuição. Em alguns, os donos não permitiram?, explica o proprietário do ?Jornal da Cidade?, Juliano Rossi.
Um vídeo do sistema de segurança de uma padaria mostra o momento que o suposto funcionário da prefeitura recolhe todas as edições do estabelecimento. Rossi pretende entrar na Justiça contra o prefeito.
Em nota, Teodoro afirmou ?desconhecer? qualquer tipo de censura. ?Se algo nesse sentido aconteceu, não foi a mando ou de conhecimento do prefeito. Consideramos um fato isolado de um servidor, e será apurado?, diz o texto.
Sobre as promessas de campanha não cumpridas, Teodoro explica que houve queda na arrecadação, e que as metas serão cumpridas no próximo ano. O ?Jornal da Cidade? lista, por exemplo, obras de calçamento de ruas em 11 bairros que não foram realizadas. Informativo institucional lista obras em andamento em quatro bairros e afirma que ?vai investir em 2014 mais de R$ 5 milhões em calçamento?. Outra obra citada pela publicação local, a creche no bairro Américo Silva, consta no informativo como ?será construído?, sem precisar data.
Na mesma nota, o prefeito coloca em dúvida a credibilidade do jornalista. ?O proprietário do citado jornal tem insistido na prefeitura para que seja feito contrato de publicidade com ele. O mesmo jornalista foi assessor de imprensa na administração anterior e foi acusado de improbidade administrativa com danos ao erário. O processo corre na Justiça e pede o ressarcimento de R$ 44 mil?.
?Não tenho partido e o jornal não depende de dinheiro público para sobreviver, vive de anúncios do comércio. Quando iniciei a publicação, procurei todo mundo para me colocar à disposição. Participamos da licitação da prefeitura em dezembro e não vencemos porque não cobrimos os valores de duas outras publicações. Em junho anunciei que faria o balanço no fim de ano?, defende-se Rossi.
Rossi confirma que responde a uma ação proposta pelo Ministério Público. ?Está em tramitação, estamos fazendo a defesa. Se a Justiça entender que erramos, temos que pagar?, afirma.

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