Os prefeitos mineiros sentiram ontem o gosto amargo de serem tratados como prisioneiros comuns, um dia depois de serem encaminhados para a carceragem da penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Acusados pela Polícia Federal (PF) de envolvimento com o esquema de fraude no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) que deu um rombo de R$ 200 milhões aos cofres públicos, eles não tiveram direito a qualquer tipo de privilégio que pudesse contrariar as regras da penitenciária, que abriga assassinos, seqüestradores, assaltantes e estupradores.
Os prefeitos estão recolhidos no Pavilhão 6, da Justiça Federal, dois em cada cela, onde têm direito a apenas uma cama de alvenaria, pia, chuveiro e uma fossa. Incomunicáveis com a família, visitas somente dos advogados.
Quatro refeições são oferecidas por dia – café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. No cardápio, pão com manteiga, café com leite, arroz, feijão, macarrão e um pedaço de carne. Pelas regras da Nelson Hungria, que hoje comemora 20 anos, os detentos não podem repetir a refeição.
Outra conduta que a direção da penitenciária não abre mão é em relação ao momento de lazer dos detentos. Eles têm até direito a banho de sol, porém, jogos de baralho, dominó e dama são proibidos.
Marcelo Leonardo, advogado do prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani, passou três horas conversando com seu cliente. Na saída, Leonardo disse apenas que foi comunicar a Bejani que já estava providenciando a sua defesa.

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