Ao menos 4,6 mil profissionais de saúde – incluindo 300 médicos e 2,7 mil enfermeiros – estão em greve em Hong Kong para pressionar o governo a tomar medidas mais efetivas contra o avanço do coronavírus. Nesta quarta-feira (5), eles completam três dias de paralisação, segundo a CNN.

A greve em Hong Kong começou na segunda-feira (3), mesmo dia em que foi confirmada a primeira morte por coronavírus no território semiautônomo da China. São 21 casos confirmados de infecção pelo vírus, sendo que três pessoas não chegaram a viajar para a China, o que sugere que houve transmissão local.

Confira a situação até as 11h45 desta quarta-feira (5):

• 491 mortes por coronavírus na China
• 1 morte nas Filipinas
• 24.363 casos confirmados na China
• 182 casos confirmados em outros 24 países

De acordo com a rede de notícias CNN, os grevistas pedem que o governo da cidade feche as fronteiras com a China continental e acusam o governo de não tomar as medidas necessárias para conter o avanço da doença. Nesta quarta, o governo de Hong Kong anunciou que vai impor uma quarentena de 14 dias para quem chegar da China continental.

A diretora executiva de Hong Kong, Carrie Lam, criticou os grevistas por enfraquecer a capacidade médica da cidade em um momento crucial, segundo a CNN. Ela afirma que os funcionários que ainda estão na ativa têm uma carga de trabalho mais pesada para compensar os colegas ausentes.

Licença não-remunerada

A principal companhia aérea de Hong Kong, a Cathay Pacific, pediu nesta quarta a seus 27 mil funcionários que tirem três semanas de licença não remunerada para evitar a propagação do novo coronavírus, anunciou o CEO da empresa, Augustus Tang.

O executivo pediu aos fornecedores que reduzam os preços e afirmou que a companhia aérea deve fazer ajustes a curto prazo em sua capacidade, confirmando em particular a redução de 90% de seus voos para a China continental.

Governo chinês admite falha

Cientistas acreditam que a doença surgiu em dezembro em um mercado de Wuhan, capital de Hubei, que vendia animais selvagens e se propagou rapidamente por ocasião das viagens pelas férias do Ano Novo Lunar em janeiro. A maioria das mortes aconteceu em Hubei.

Na terça (4), o governo chinês reconheceu que houve falha na resposta à epidemia e admitiu a necessidade de melhorar o gerenciamento do sistema de saúde de emergência no país.
As autoridades destacam que a taxa de mortalidade, ao redor de 2%, está abaixo da registrada durante a epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), outro coronavírus que matou mais de 900 pessoas entre 2002 e 2003.

 

Fonte: G1 ||
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