O Rio de Janeiro conseguiu sobreviver ao primeiro corte do Comitê Olímpico Internacional (COI) na eleição da sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Mas a cidade brasileira ficou muito perto de ser eliminada da disputa e terá de dar garantias de segurança para ainda convencer a entidade de que pode receber o evento.
Entre as sete candidatas, apenas quatro continuam na disputa, depois da análise prévia feita pelo COI e divulgada ontem, em evento em Atenas. Mas a decisão do COI já provoca polêmica. Afinal, o Rio ficou atrás de Doha na classificação final, que considerou diversos aspectos das candidaturas. Assim, mesmo tendo sido considerada uma pretendente com transporte falho, falta de hospedagem, financiamento incerto e poluição, a cidade brasileira avançou, em detrimento à representante do Catar.
Pelo ranking do COI, a melhor candidatura apresentada é a de Tóquio, com 8,3 pontos em dez possíveis – nesse estágio da eleição, uma cidade precisaria de pelo menos seis pontos para se classificar. Em segundo lugar ficou Madri, com 8,1 pontos. A terceira colocação foi de Chicago, com 7 pontos. Doha veio logo depois, com 6,9 pontos. E o Rio teve 6,4 pontos. Praga ficou com 5,4 pontos e Baku teve 4,4.
Apesar do resultado da avaliação, o COI optou por eliminar Doha da eleição alegando que a proposta de realizar os jogos em outubro, para fugir do calor do deserto, não poderia ser adotada.
Independente da polêmica decisão do COI, essa é a primeira vez que o Rio consegue passar para a fase final da disputa, depois dos fracassos para 2004 e 2012 – Brasília tentou para a edição de 2000, mas também saiu logo de cara. Agora, a partir do ano que vem, as quatro candidatas que continuam na eleição irão receber a visita dos inspetores, para uma avaliação mais detalhada. A sede será anunciada no dia 2 de outubro de 2009.
A vitória inicial, no entanto, já foi motivo de muita festa para a comitiva brasileira que viajou à Grécia para acompanhar o evento de ontem. Entre os presentes estavam o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, o governador do Rio, Sergio Cabral, o prefeito do Rio, César Maia, e o presidente de honra da Fifa, João Havelange, que também é membro do COI.
Além do sucesso na organização dos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007 e do fato de o Brasil ser a sede da Copa do Mundo de 2014, a cidade brasileira é a representante de um país em desenvolvimento.

Segurança ainda é preocupação para COI

Além de concorrer com três representantes de países ricos e apontados como favoritos, o Rio terá dificuldades para resolver suas questões internas. Entre os 11 critérios avaliados nesta primeira fase, o COI foi claro em destacar os problemas de segurança no Brasil, pedindo garantias.
O COI entende que o Pan de 2007 ajudou a integrar os sistemas de segurança e que a Copa do Mundo de 2014 também deve fortalecer a experiência da cidade na questão. Mas alerta que ?o crime em partes do Rio de Janeiro foi considerado como sendo um problema para a segurança das pessoas que iriam aos Jogos Olímpicos?.
Em termos de capacidade de financiamento das obras, o Rio também não obteve boas notas do COI, mesmo com as idéias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Enfim, agora é arregaçar as mangas e trabalhar.

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