Na tarde desta terça-feira (2), o funcionalismo da Santa Casa de Caridade de Formiga recebeu oficialmente a notícia de que, mais uma vez, estão suspensos os pagamentos do ticket alimentação. A exemplo do que ocorreu em janeiro, o benefício relativo ao mês de março, fica suspenso.

Segundo explica a gestora da entidade, Myriam Araújo Coelho, a situação financeira do hospital a tem obrigado gerir (aferir) mês a mês a condição de quitar, ou não, este compromisso que tem sido encarado como parcela não obrigatória, por não integrar o salário.

A gestora da Santa Casa, Myriam Araújo Coelho – Foto: Santa Casa/Divulgação

Em entrevista ao Últimas Notícias, por telefone, Myriam disse que “infelizmente mais uma vez tive que fazer a “escolha de Sofia”: Ou liberava recursos para o pagamento de insumos, sem os quais o hospital não funciona ou, optava por esta solução. Em janeiro foi assim e em fevereiro conseguimos manter o valor, mas, esse mês, mais uma vez, não dispomos dos setenta e poucos mil reais que seriam suficientes para quitar este compromisso. Mas se Deus quiser, ainda que aos trancos e barrancos, contando com a ajuda do pessoal que é muito dedicado e compreende a situação, vamos vencer mais esta”.

Do comunicado afixado pela entidade para o conhecimento de todo o funcionalismo, existem informações diversas sobre os valores que a Santa Casa tem a receber. Dentre estes, destacam-se os relativos ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) que ultrapassa os R$460 mil e outros mais de R$178 mil devidos por convênios como: Prontomed, Vivamed e Cassi, dente outros.

O Ipsemg, segundo diz o comunicado, foi suspenso em junho de 2018, fazendo com que se perdesse um faturamento da ordem de R$100 mil/mês e com o vencimento de TACs celebrados com as Prefeituras da Microrregião, houve uma perda de mais e R$132 mil.

A gestora também explica que ao contrário do que muitos possam pensar, a reabertura da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e de mais sete leitos na UTI Adulto, não impactaram negativamente no financeiro da entidade uma vez que a produção garante a sustentabilidade de tais serviços.

Myriam lembrou também, que houve uma alteração positiva no valor médio do custo das Autorizações de Internação Hospitalar (AIHs) que passaram de R$507 para R$784, significando que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) deverá refazer a contratualização contendo um acréscimo de R$130 mil/mês.

Segundo Myriam, as despesas com recursos humanos atualmente giram em torno de R$850 mil/mês. Ela esclarece ao funcionalismo que as obras em andamento respondem a exigência do Corpo de Bombeiros e lembra que as mesmas são suportadas através de recursos vindos de contas de doações.

Infelizmente, não consegui cumprir com o pagamento do ticket no mês de março. Minha ansiedade como gestora, não é maior porque todos os hospitais do Brasil estão em crise. Espero poder contar com a compreensão de todos para que continuem motivados a trabalhar com o mesmo empenho e competência. O nosso paciente precisa ser acolhido com dignidade no momento da fragilidade da doença”, concluiu a gestora.

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