O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira (19) que a reportagem do Fantástico sobre empresas que tentaram combinar os resultados de licitações no hospital pediátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), subordinado ao MEC oferece provas irrefutáveis de corrupção e exige novas práticas da administração pública.
Não são indícios, são provas irrefutáveis de empresas que praticam a corrupção, que estimulam a corrupção na administração pública. Fiquei muito feliz que a diretoria do hospital colaborou para que a matéria fosse feita, para identificar essas empresas, e nós vamos, junto com a CGU [Controladoria Geral da União], a Polícia Federal e o Ministério Público, tomar todas as medidas para que haja punição exemplar, afirmou ele em um evento em São Paulo.
Segundo ele, os diálogos travados entre o repórter do Fantástico, que se passou por gestor de compras do local, com a autorização do diretor e do vice-diretor do hospital, e as empresas que lhe ofereceram, como propina, até 20% do valor total do contrato, indicam que a prática não estava isolada ao hospital da UFRJ.
Os indícios são que não acontece só ali, pelos diálogos a gente verifica que é uma prática que está se disseminando em outras repartições públicas, não só na área saúde. O que eles mencionam ali são serviços de muitas possibilidades, tanto em relação ao poder municipal e estadual.
Para Mercandante, a corrupção flagrada pela reportagem exige uma investigação muito profunda e novas práticas da administração pública.
Pregão eletrônico e centralizado
Entre as soluções para o problema da combinação de resultados de licitação citadas pelo ministro está a criação de uma empresa do governo para centralizar as licitações. Tudo aquilo que é comum aos 26 hospitais [ligados às universidades federais] nós faremos de forma centralizada através do pregão eletrônico.
Ele defendeu ainda a modalidade de pregão eletrônico como forma de aumentar a transparência e reduzir os gastos com licitações, além da melhoria do planejamento dos órgãos públicos, para evitar ao máximo as contratações emergenciais.

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