Não comparecendo às duas reuniões a que foi convidada pela Câmara, inclusive a da última segunda(3), remarcada a pedido dela própria, a secretaria de Saúde Maria Inês Macedo, ao que parece, atendendo a instruções superiores, encaminhou mais uma vez correspondência à presidência da Câmara. No documento, não justificou seu não comparecimento, mas, desta feita, invertendo os papéis, convidou os vereadores a participarem de uma reunião na Secretaria de Saúde, a se realizar na próxima quinta-feira (6), às 14h, quando, segundo ela, poderiam ser discutidos e esclarecidos assuntos e indagações, dirigidas a ela e à equipe de profissionais daquela secretaria.
No ofício, dirigido ao presidente da Câmara, a secretária reitera que convidou também o provedor da Santa Casa e técnicos envolvidos no desenvolvimento das ações de Saúde no município a participarem da tal reunião.
Na secretaria de comunicação do município, até às 17H30, de terça-feira (4) a informação sobre a participação ou não da imprensa no encontro de grande interesse público, não havia sido negada nem confirmada.
Ouvido o presidente da Casa, Juarez Carvalho, que se encontrava em São Paulo (Salão do Automóvel) informou que determinou a sua secretaria, ouvir os vereadores componentes da Comissão de Saúde (Arnaldo Gontijo, Mauro Cesar e Cabo Cunha), para então, definir sobre o ?que fazer?.
De concreto mesmo o que se tem é que os problemas que penalizam a população formiguense, no que toca ao péssimo atendimento ofertado ao público, em especial no PAM, se agravaram e muito no decorrer desta administração e tem sido constantes as intervenções, inclusive, do Ministério Público, todas em busca de alguma melhora no atendimento, sem que tal objetivo tenha sido minimamente alcançado. Há informações, que até a sexta-feira passada (31), haviam mais de 50 pedidos no MP para a liberação de medicamentos que a Secretaria de Saúde não tem distribuído como de direito dos pacientes.
Greves, falta de material básico para o atendimento, ausências de médicos no plantão e transferência demorada de casos graves para outras unidades, tem sido causa, segundo denúncias, inclusive de mortes (prematuras).
Também as condições físicas do Pronto Atendimento Municipal (falta de banheiros, de leitos, mínimas condições sanitárias na área destinada ao recebimento dos pacientes, falta de profissionais especializados, de material e de equipamentos como esterilizadores e instrumentos básicos necessários, dentre outras) já foram inclusive objeto de denúncias por parte dos médicos, além é claro, dos constantes atrasos de pagamento (não se sabe por parte de quem, se do governo ou da Santa Casa) são causas e falhas apontadas como graves. Não há fiscalização, falta gestão, é a sensação de todos os que têm conhecimento do que ali ocorre.
Enquanto isso, as instalações do novo PAM, ou UPA (Unidade de Pronto Atendimento) semi- prontas há anos, continuam com suas obras de acabamento sendo conduzidas a passo de tartaruga, apesar das reiteradas marcações de datas para sua inauguração que, via-de-regra, foram divulgadas pela imprensa, por meio de notas oficiais, todas as vezes em que, algum político era apontado com salvador da pátria (isto antes das eleições) e apresentado à população na condição de ?liberador?, de vultosas verbas estaduais.
Resumindo, como disse uma senhora que aguardou 9 dias por uma vaga para o atendimento de sua filha menor de idade que sentindo dores, sem o menor conforto, tomava soro ali naquela varanda externa do PAM, aberta e que divide espaço com centenas de veículos que ali circulam diariamente, oferecendo aos usuários poeira asfáltica, lixo por todo lado e o excessivo calor nas tardes de sol: ?Pensar que um dia acreditamos que teríamos aqui um Hospital Regional?…
Questionamentos que sugerimos sejam feitas aos gestores do governo:
? Péssimas condições no transporte para tratamento fora do domicílio, – Até quando vaõ manter o tratamento desumano fazer com que doentes estejam de madrugada no Terminal Rodoviário para aguardar aquelas pocilgas (veículos imundos e mal cuidados) que nem sempre aparecem.
? Casa de apoio. Onde está aquela que há mais de 3 ou 4 meses se anunciou estava alugada e sendo reformada?
? Fechamento de Postos de saúde na cidade
? Falta de atendimento com oferta de médicos e outros profissionais na zona rural
? E as dentaduras adquiridas? Já estão promovendo sorrisos por aqui? Onde? Com quem? Onde está a relação dos beneficiados?
? Quem fiscaliza os plantões médicos?
? E a falta de medicamentos básicos e de material idem, nos Postos de Saúde? Continuará até quando?
? Como justificar que 5 veículos destinados a transporte de pacientes para fora do município, estejam há dias aguardando reparos?
? Inaugurada a UPA, este município terá condições financeiras de sustentá-la? Existe equipe médica especializada, disponível para atender ali? Se sim, porque não atende no atual PAM?
Estes, senhora secretária, são questionamentos que este órgão de imprensa faz e pede sejam respondidos. Os fazemos em nome dos nossos leitores e dos usuários do SUS que todos os dias nos procuram, trazendo denúncias que a senhora, certamente já conhece.
Os fazemos de forma pública e os estendemos também à Câmara de Vereadores, já que todos os seus componentes, membros ou não da Comissão de Saúde, a nosso ver e entendimento, foram eleitos, para legislar e fiscalizar. Só assim, evitaremos a perpetuação de fatos como estes que há anos, aqui mesmo denunciamos, e que diuturnamente se repetem.
Gostaríamos imensamente e dedicar espaços em nossa próxima edição, anunciando as medidas saneadoras que esperamos, possam surgir da tal reunião, se é que ela de fato ocorra!
Se assim não for, que esta Câmara, usando do poder constitucional de que dispõe, tome as medidas cabíveis contra a atual gestão da Saúde e contra todos mais que estejam envolvidos nesse caos. Doa a quem doer!

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