Pela primeira vez, nos últimos 20 anos, esse semanário deixa de analisar e apresentar a seus leitores, a relação de obras e/ou providências efetivadas pela administração recém-empossada, quebrando assim a tradição.

A verdade é que, imaginando uma relação que enumerasse as obras realizadas neste curto período, e que, dentro de certos critérios, merecesse tal destaque, sinceramente, não fomos capazes de organizá-la, acreditamos que, por razões mais que óbvias.

Em verdade, todos nós sabemos, assim como o atual prefeito sabia quando resolveu candidatar-se, que a tarefa de administrar a herança do “Moa”, seria hercúlea, e sem grana no caixa…

A prioridade é: organizar o baú administrativo, cerne da casa e cujo conteúdo sequer foi inventariado. Isto nos parece, será tarefa para 12 a 18 meses, se Eugênio puder contar com uma competente equipe de auditores capazes de desatar os nós ali deixados.

A população, se hoje ainda não cobra com maior efetividade o cumprimento de certas promessas, que o prefeito agradeça  aos membros do Legislativo que, a  bem da verdade, tem monopolizado a opinião pública nestes primeiros dias do ano e ofertado aos cidadãos formiguenses, diariamente, um variado cardápio de trapalhadas que beiram às raias da infantilidade.

Mesmo tendo sido aquele Poder, o Legislativo, renovado em sua quase totalidade e no qual a população, assim como em Eugênio, depositou todas as suas fichas, apostando que esta turma viria para nos salvar dos mandos e desmandos anteriores; vive tempos de um verdadeiro festival de troca de farpas que atestam que ali na Casa, por parte de alguns, tem valido quase tudo, menos o atendimento da vontade da população que assiste atônita a tudo isso.

A debandada acontecida na quinta-feira (6), de dois importantes componentes daquela Mesa Diretora, se consideradas as alegações que justificaram as decisões dos senhores vereadores, nos leva a pensar que a atual presidente, agora, está realmente metida num beco QUASE sem saída.

Se a ela faltou comando; se de fato a indispensável governabilidade acabou, só nos resta questionar: como pode acabar algo que,  sabidamente, ali  nunca esteve presente, ou melhor, nunca existiu?

E agora? Diante do impasse e à luz do Regimento Interno, será que a senhora presidente contará com a boa vontade de dois “colegas substitutos” para recomporem o quadro?

E estes, se aparecerem, ali estarão mesmo com a missão de retomar a tal governabilidade? Se assim for, que nos desculpem, mas concretizada esta hipótese, o Legislativo formiguense estará inovando. Se assim for,  teremos instalado aqui o Parlamentarismo Legislativo, com direito a Primeiro Ministro e… tudo o mais, “a lá Inglaterra”.

De qualquer forma, é lamentável que, pela primeira vez, a nossa Câmara Legislativa eleja como sua dirigente maior uma mulher, do mesmo partido de um prefeito que contou com oitenta e muitos por cento dos votos dos eleitores e que, em  tão curto espaço de tempo, se tenha conseguido chegar a um impasse como este.

Se não houver bom senso, humildade e muito amadurecimento político de todos os componentes da Casa, a saída, nos parece, será bem traumática para todos nós, pois, a ruma de projetos que tramita na Casa e os muitos que ainda virão a ser encaminhados, certamente requerem um ambiente harmônico, de muita sabedoria e tranquilidade para serem finalmente, aprovados ou não.

O contido no parágrafo acima, se bem compreendido e quem sabe atendido, justifica o uso da expressão QUASE sem saída, com ênfase no vocábulo QUASE,  citada no corpo do texto.

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