A tecnologia propiciou a comunicação rápida e em tempo real, criou conexões, viraliza ideias de anônimos que se tornam celebridades, propicia a identificação por biometria (fotografia da íris, do rosto e impressões digitais).

Já está em teste um sistema de pagamentos eletrônicos, onde o chip dos celulares é usado como canal de pagamento. O uso é simples e se pode pagar passagens de ônibus, contas de restaurantes, supermercados, receber proventos e benefícios sociais.

A produção de chips, de tamanhos cada vez menores, tem aumentado, a um custo cada vez menor.

Desde 2013, o Brasil, por meio de Resolução do Banco Central, autoriza a movimentação financeira pelas operadoras de telefonia (via chip de celular), sendo os pagamentos efetuados por intermédio de uma conta de pagamento. O governo vislumbra efetuar os pagamentos de benefícios públicos nos chips de celulares. Até o momento, este modelo de pagamento não funcionou, pois os bancos não entraram em acordo para viabilizá-lo.

Este movimento de realização de transações financeiras com o uso do chip do celular, fez com que os bancos brasileiros incentivassem os clientes a aderirem às plataformas virtuais, em uma nova onda de reestruturação bancária impulsionada pela tecnologia.

O governo brasileiro, em outra frente, pretende utilizar o chip nas áreas de logística, passaporte e identificação pessoal, veicular (carros, motos e caminhões) e de animais. O movimento tem sido por etapas em diversas esferas governamentais.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trabalha para identificação biométrica dos 145 milhões de eleitores brasileiros, com previsão de finalização em 2022. Este recadastramento viabilizará o projeto de Identificação Civil Nacional (ICN), com a unificação em uma nova Carteira de Identidade dos dados pessoais da Carteira Nacional de Habilitação, passaporte, CPF e de identificação biométrica. A base de dados do TSE também viabilizará o acesso à aposentadoria e a identificação para abrir contas em bancos.

A tecnologia viabilizou e facilitou a vida de milhões de pessoas. Por sua vez, um cidadão digital, por exemplo, com compromissos no email, assuntos profissionais e particulares no WhatsApp, perfil do Facebook mostrando os lugares que está e onde esteve, associado à implantação da identificação pessoal e financeira em chips, propicia, com a utilização de algoritmos, saber e controlar os hábitos e costumes deste cidadão.

Os algoritmos detectam recorrências de comportamento na internet, via prospecção de dados (big data) gerados pelos próprios usuários. Um usuário, após pesquisa de preços de qualquer produto, constata a apresentação de dezenas de propagandas de produtos similares no seu email, Facebook, ou mesmo na simples leitura de jornais digitais. Os algoritmos monitoram na internet o nosso perfil de gostos, seja a lista de filmes apresentada pelo Netflix, os livros sugeridos nos sites de livrarias virtuais.

Existem grandes empresas que já criaram algoritmos para analisar o perfil de consumo das pessoas, de acordo com os seus hábitos de utilização dos recursos de informática e também de consumo, para antecipar campanhas de publicidade oferecendo produtos. O consumidor é surpreendido com o oferecimento de produtos que necessita, pode até não perceber, mas sua vida privada foi devassada e sua individualidade foi comprometida, sem o seu consentimento.

Esta realidade mostra como o ser humano será, em um futuro próximo, cada vez mais digital e conectado, monitorado por estruturas corporativas e governamentais, com o cerceamento e invasão da individualidade das pessoas, com algoritmos a controlar os seus passos e a detectar possíveis discrepâncias comportamentais, onde o Estado monitorará todas as ações dos cidadãos e as empresas maximizarão as ofertas de produtos na medida das necessidades dos consumidores.

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