A depressão é um transtorno mental grave, que vai muito além da tristeza comum e pode afetar pessoas de todas as idades. No contexto da campanha Setembro Amarelo, voltada à prevenção do suicídio, cresce a importância de identificar os sinais da doença e saber quando procurar ajuda. Em 2024, mais de 470 mil brasileiros foram afastados do trabalho por transtornos de saúde mental, segundo o Ministério da Previdência — o maior número em uma década.

De acordo com o psiquiatra José Eduardo Fidelis Campos Costa, de Bom Despacho, a depressão se caracteriza por tristeza profunda, perda de interesse por atividades e sensação persistente de vazio. Ao contrário da tristeza passageira, os sintomas da depressão duram pelo menos duas semanas e impactam negativamente o dia a dia, mesmo sem causa aparente.

Entre os principais sinais de alerta estão: isolamento, mudanças no sono ou apetite, fadiga constante, sentimento de culpa ou inutilidade, além de pensamentos suicidas. Nessas situações, a avaliação médica deve ser imediata. “Quanto mais cedo o tratamento começa, melhor o prognóstico”, alerta o especialista.

Muitos mitos ainda dificultam o diagnóstico: a ideia de que depressão é “frescura”, que “exercícios resolvem sozinhos” ou que “antidepressivos viciam” são equívocos comuns. José Eduardo esclarece que a doença pode atingir crianças, jovens e idosos, e que os medicamentos, quando usados corretamente, são seguros e eficazes.

O tratamento varia conforme o caso e pode incluir psicoterapia, medicação antidepressiva e, em casos mais graves, terapias como estimulação magnética ou eletroconvulsoterapia. Práticas complementares, como exercícios físicos, alimentação equilibrada e mindfulness, também são recomendadas.

Além do cuidado médico, o apoio da família é essencial para a recuperação. “Escutar sem julgar, incentivar o tratamento e ajudar nas rotinas fazem diferença”, destaca o psiquiatra. Ele também faz um alerta importante: a automedicação é perigosa, podendo agravar o quadro e mascarar outras doenças.

Neste Setembro Amarelo, o reforço da informação correta é um passo fundamental para quebrar tabus, promover a empatia e salvar vidas. Buscar ajuda é um sinal de coragem e o primeiro passo para a recuperação.

Com informações do G1 Centro Oeste

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