Muitas vezes a população fica indignada com problemas existentes no município. Porém, por diversos motivos administrativos, nem todas as vontades da população podem ser satisfeitas. Até aí tudo bem, mas o que revolta é quando a integridade de alguém é ferida, não por falta de condições, mas sim por descaso. Nesses casos, o sentimento de revolta gerado na população é inevitável.
Como ocorreu com o senhor Noé de Oliveira, de 67 anos que convive com o Mal de Parkinson há 13 anos. Em seu tratamento são fundamentais o uso de alguns remédios e a fisioterapia. Porém, devido ao peso e a idade, o aposentado precisa que uma ambulância o transporte até ASADEF, onde faz fisioterapia duas vezes por semana.
A fisioterapia ajuda muito quem sofre com esta doença, pois ela se caracteriza por uma desordem progressiva do movimento devido à disfunção dos neurônios de dopamina nos gânglios da base, que controlam e ajustam a transmissão dos comandos conscientes vindos do córtex cerebral para os músculos do corpo humano, ou seja, a pessoa não mais consegue controlar seus movimentos.
A declaração, que dá direito ao aposentado de fazer sua fisioterapia na ASADEF foi obtida há 8 anos, e na mesma, a Secretaria Municipal de Saúde se comprometia a levar e buscar o paciente todas as quartas e sextas-feiras, às 16h00 até aquela entidade. No entando, ultimamente o acordo não vem sendo cumprido como deveria.
Na quarta-feira, 05/03, foi necessário que o filho do Sr. Noé, Mauro César Afonso de Oliveira, recorresse à imprensa para que o setor de transporte fornecesse uma ambulância para transportar seu pai até a ASADEF. Assim que foram cientificados de que a TV faria a cobertura do fato, imediatamente a ambulância chegou em sua residência.
O problema maior ocorreu uma hora mais tarde, horário em que o paciente deveria retgornar para sua residência: ?não voltaram para buscar meu pai, que acabou ficando mais de uma hora esperarando na porta da ASADEF. Quem levou meu pai pra casa foi o Dr. João Carlos Pinto Barra, fisioterapeuta, que deu carona em seu próprio veículo pro meu pai e pra minha mãe que o acompanha sempre até a ASADEF? conta o filho, indignado.
?Pagamos os impostos para podermos fazer uso desse tipo de serviço que meu pai precisa na velhice dele, no entanto, o que vemos é um trabalho falho e desumano. Diversas vezes aconteceram de não virem busca-lo e ele acabou não fazendo a fisioterapia. Se meu pai ficar duas semanas sem fazer os exercícios necessários, fica muito mais complicado pra ele realizar qualquer movimento. Isso não está certo, essas atitudes ferem a dignidade do meu pai!?, acrescenta Mauro César.
Procurado para falar sobre o assunto, o responsável pelo setor de transporte, Lauri Rodrigues de Souza, negou o fato da ambulância haver esquecido o senho Noé.
Laurí disse estar junto quando, na quarta-feira passada, a ambulância buscou o paciente e combinou que ?alguém? o levasse para casa. ?Há somente uma ambulância à disposição para emergências, esta, que também atende ao paciente Noé, porém nesta data, ficou combinado que não buscaríamos o paciente porque precisávamos fazer uso da ambulância em serviços de emergência?. Explicou Lauri.
O responsável pelo setor de transporte também contou que ?esse problema? aconteceu porque cinco motoristas estavam ausentes. Três se aposentaram e dois estão fora por vencimento de contrato e que não havia motoristas para as ambulâncias. O problema então era o uso emergencial da ambulância, a única disponível, ou a falta de motorista?
O que Lauri procurou esclarecer é que fatos desse gênero, que geram tamanho constrangimento ao paciente, não voltariam a acontecer. É o que a família do senhor Noé e de outros pacientes que precisam do serviço, também esperam.

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