A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira (4), novos requerimentos que miram o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As medidas fazem parte das investigações sobre um esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados.

Dois requerimentos específicos aprovados pela comissão tratam do Sindnapi. O primeiro solicita informações sobre todas as pessoas que tiveram procuração para atuar em nome da associação nos últimos dez anos. O segundo requer a identificação, pelo INSS, dos números das contas bancárias indicadas pelo sindicato para recebimento de recursos do Fundo do Regime Geral da Previdência Social entre 2015 e 2025.

As aprovações ocorreram durante a sessão em que foi ouvida Eliane Viegas Mota, diretora de Auditoria de Previdência da Controladoria-Geral da União (CGU). Ela participou de auditorias realizadas pela CGU no âmbito das fraudes investigadas.

Ainda durante a reunião, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), informou que solicitou à Polícia Legislativa que compareça a endereços ligados a Antônio Carlos, conhecido como “Careca do INSS”, para garantir que ele seja notificado de sua convocação. A comissão ainda não conseguiu localizá-lo.

Antônio Carlos é apontado pela Polícia Federal como figura central no esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Ele consta na lista de 21 pessoas para as quais a CPMI solicitou prisão preventiva ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota anterior, a defesa do “Careca do INSS” negou qualquer irregularidade e afirmou confiar nas instituições do Estado democrático de direito.

O próximo passo da comissão será ouvir, na segunda-feira (8), o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT), que deixou o cargo após a revelação do esquema. A CPMI foi instalada para apurar fraudes que causaram prejuízos a milhares de aposentados por meio de descontos não autorizados, com perdas estimadas em R$ 6,3 bilhões.

Os trabalhos da comissão ocorrem às segundas-feiras, às 15h, e às quintas-feiras, às 9h. O plano de investigação prevê ouvir gestores da Previdência que atuaram entre 2015 e 2025, abrangendo os governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com informações do O Tempo

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