Desde o dia 27/03, quando o presidente Hugo Chávez decidiu não renovar a licença da RCTV, os índices de audiência de sua substituta, a Fundação Televisão Venezuelana Social (Teves), têm registrado queda. A RCTV tinha 30% de audiência, enquanto a Teves marcou, em agosto, 6%, em setembro, 4,6% e início de outubro, 3,6%. Em junho e julho, quando transmitiu com exclusividade a Copa América, os números não passaram de 8,9%. Os índices só melhoram quando Chávez apresenta o Alô presidente!.

?A Teves é como uma colcha de retalhos, feita de forma improvisada?, observou o vice-presidente do canal privado Televen, Enrique Alvarado, que informa que a emissora e a Venevisión estão absorvendo a audiência da RCTV.

A TV pública não tem espírito lucrativo, segundo Chávez, e se baseia na independência. Exibe reportagens sobre escolas dirigidas pelo Poder Comunal, programas de saúde e sobre artesanato. Os anúncios são dedicados a mudanças na moeda do país e programas oficiais.

Para Yuri Pimentel, vice-presidente da Telesur, emissora multiestatal liderada pelo governo venezuelano, não houve um tempo de maturação adequado. O sociólogo Gregory Wilpert concorda com Pimentel que houve pouco tempo para contratação de profissionais – há muito poucos – e a montagem da Teves. Montar um canal não é fácil. Às vezes se demora um ano ou dois. E na Venezuela há escassez de profissionais de ponta no setor, tanto nas empresas privadas quanto nas públicas. Outro problema é que a promessa de um canal independente não foi cumprida. É provável que Chávez troque a diretoria da emissora em breve.

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