“Carismático, amado por todos e de coração gigante”: essas são algumas das palavras usadas por Antônia dos Anjos Lima, de 45 anos, para descrever o filho Alan Lopes, de 21 anos, que foi assassinado, no domingo (26), em Amsterdã, na Holanda. O suspeito é um amigo da vítima, o também brasileiro Begoleã Fernandes, de 26 anos, que foi preso em Lisboa, em Portugal, com pedaços de carne humana na mala.

Alan nasceu no Distrito Federal e foi morar em Amsterdã, com a mãe, em 2016, aos 14 anos. “Vim morar aqui para tentar uma vida melhor”, afirmou Antônia, que trabalha na limpeza de uma escola no centro de Amsterdã.

De acordo com ela, o filho terminou o ensino médio no país e trabalhava como açougueiro. Fluente em quatro idiomas, Alan sempre estava alegre e conseguia fazer todo mundo sorrir, segundo a mãe.

“Quem se aproximava de Alan sempre estava rindo. Ele tinha um coração gigante e queria ajudar todo mundo. Meu filho chegou a fazer vaquinha para ajudar as pessoas que estavam na Turquia e sofreram com os desastres”, afirmou Antônia.

A mãe afirma que o filho será cremado e as cinzas devem ser transportadas de volta ao Brasil.

Perda

Alan morava com a mãe e as duas irmãs. No dia em que foi morto, elas estavam em Paris e ele ficou em Amsterdã, já que precisou trabalhar.

A irmã da vítima, Kamila dos Anjos Lopes, de 25 anos, contou ao portal g1 que Alan e o suspeito do crime eram muito amigos. “Meu irmão conhecia esse rapaz há mais de 3 anos. Era uma pessoa frequente na minha casa”, afirmou.

No dia do crime, Kamila afirma que recebeu uma ligação da namorada do Alan, que disse ter recebido uma mensagem do suspeito confessando o crime. “Foram várias pessoas para minha casa e chamaram a polícia”, disse.

Crime, fuga e prisão

Begoleã foi preso na segunda-feira (27), em um aeroporto na em Lisboa, em Portugal. Segundo o Serviço de estrangeiros e Fronteiras (SEF), o suspeito, que pretendia viajar com destino a Belo Horizonte (MG), apresentou uma carteira de identidade italiana, além de portar outros documentos de identificação em nome de terceiros, o que levantou suspeitas.

Após a morte de Alan, o suspeito saiu de Amsterdã, na Holanda, foi para Lisboa, em Portugal, onde embarcaria para Belo Horizonte, no Brasil. Não há informações se ele passou por outras cidades.

Na mala dele, foram apreendidas roupas sujas de sangue e uma embalagem plástica com pedaços de carne humana. No entanto, o material genético foi analisado pelo Instituto de Medicina Legal de Lisboa, que apontou que a amostra investigada não pertence a Alan.

A polícia holandesa não passa detalhes sobre a investigação, mas a irmã da vítima disse à imprensa que o irmão foi morto a facadas. A hipótese é que ele tenha levado algum golpe de luta que o deixou desacordado para ser atacado na sequência.

A defesa do suspeito disse que ele agiu em legítima defesa, transportou carne humana e documentos na mala para provar sua inocência e fazer a identificação dos envolvidos.

Fonte: G1

 

 

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