O ex-presidente do Paquistão Pervez Musharraf, de 76 anos, foi condenado à morte nesta terça-feira (17) por alta traição pelo Tribunal Especial de Islamabad. Como ele está atualmente em Dubai, ele foi condenado à revelia.

A acusação está relacionada a uma regra emergencial imposta para prolongar seu mandato presidencial. De novembro de 2007 até fevereiro de 2008, todas as liberdades civis, direitos humanos e processos democráticos foram suspensos. Musharraf afirma que a acusação é “infundada”.

O general Musharraf, que foi condenado por 2 votos a 1, foi o primeiro governante militar a ser julgado no Paquistão por desrespeitar a constituição.

Musharraf assumiu o poder no país após um golpe militar em 1999 e foi presidente entre 2001 e 2008. Durante esse período, ele sobreviveu a várias tentativas de assassinato e de golpe. Em 2008, ele renunciou para evitar um impeachment.

O ex-presidente conseguiu uma permissão para deixar o país em 2016 para realizar um tratamento médico nos Emirados Árabes. Desde então, o ex-presidente passa a maior parte do tempo entre Dubai e Londres.

No início do mês, Musharraf divulgou um vídeo gravado na cama do hospital em que está internado em Dubai para dizer que a acusação não tinha fundamento.

Acusação de traição

O processo que acusa Musharraf de alta traição foi aberto após Nawaz Sharif ser eleito primeiro-ministro do Paquistão em 2013. Antigo inimigo político de Musharraf, Sharif foi deposto pelo golpe de estado de 1999.

O ex-presidente alegou que as ações que ele tomou em 2007 foram acordadas pelo seu gabinete e pelo governo. Os argumentos foram rejeitados pelos tribunais.

O indiciamento do general em 2014 foi um momento importante para o Paquistão uma vez que os militares dominaram grande parte de sua história política do país.

Muitos chefes de exército ou governaram o Paquistão diretamente após golpes, como o general Musharraf, ou exerceram influência significativa sobre a formulação de políticas durante períodos de domínio civil.

COMPATILHAR: