Inclusão social nas bibliotecas: o estudo da Língua Brasileira de Sinais. Esse foi o tema da palestra realizada na noite de 18 de março para comemorar o Dia do Bibliotecário, celebrado no dia 12. O evento reuniu bibliotecários, alunos do curso de Biblioteconomia, Letras, Pedagogia, dentre outros interessados no assunto, no Salão Eunézimo Lima do UNIFOR-MG.
O tema foi discutido pela professora e intérprete de Libras, Débora Bessas, que é diretora do CEMAP (Centro Municipal de Apoio à Aprendizagem). A palestrante apresentou características, curiosidades e os métodos de expressão da Libras. Além disso, Débora Bessas enfatizou a importância de se conhecer a língua para contribuir com a inclusão social dos deficientes auditivos, especialmente para os estudantes de Biblioteconomia, Letras e Pedagogia.
Na ocasião, a estudante do 1o período do curso de Letras, Waleska Cristina Cardoso, deficiente auditiva, declamou, em Libras, o poema Deficiências, de Mário Quintana, enquanto a professora do CEMAP, Adriana Mizerani, fazia a leitura em português. Houve também uma apresentação da instrutora de Libras, Aparecida Oliveira e da deficiente auditiva Rosendália Aparecida Lucas, que traduziram, em Libras, o vídeo: um mundo sem sons. Ambas são participantes do Centro de Convivência do Surdo de Formiga.
A coordenadora do curso de Biblioteconomia do Centro Universitário, Profa. Margarita Rodrigues Torres, comentou que relatar esse tema aos bibliotecários tem o objetivo de contribuir com o conhecimento da Língua Brasileira de Sinais para facilitar a inclusão de usuários com deficiência de comunicação nas bibliotecas. É frequente, nas escolas, presença de alunos com tal deficiência, que, como todos os alunos, necessitam realizar pesquisas e empréstimos de livros nas bibliotecas. Assim, os bibliotecários também necessitam se preparar para receber esse usuário, adaptando-se à essa realidade.

DIA DO BIBLIOTECÁRIO

No Brasil, o Dia do Bibliotecário foi instituído no ano de 1980, através de um Decreto de Lei, a ser comemorado em todo o território nacional, no dia 12 de março, data do nascimento do bibliotecário, escritor e poeta Manuel Bastos Tigre.

Engenheiro e bibliotecário por vocação, Manuel Bastos Tigre nasceu em 1882. Formou-se em Engenharia em 1906 e resolveu fazer aperfeiçoamento em eletricidade, nos Estados Unidos. Lá, conheceu o bibliotecário Melvil Dewey, que instituiu o sistema de classificação decimal. Esse encontro foi decisivo na sua vida, porque, em 1915, largou a Engenharia para trabalhar com Biblioteconomia.

Considerado o primeiro bibliotecário concursado do Brasil, prestou concurso para ingressar no Museu Nacional do Rio de Janeiro como bibliotecário e, assim, se classificou, em primeiro lugar, com o estudo sobre a classificação decimal.

Transferido, em 1945, para a Biblioteca Nacional, ficou até 1947. Assumiu, depois, a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil, na qual trabalhou, mesmo depois de aposentado, ao lado do Reitor da instituição, professor Pedro Calmon de Sá.

Manuel Bastos Tigre trouxe grande contribuição social e cultural para o Brasil, por isso, nada melhor do que a data de seu nascimento para celebrar o dia daqueles que buscam o mesmo objetivo: organizar e disseminar informação, a fim de promover o desenvolvimento cultural e social do país.

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