O novo álbum de Fernanda Takai, ?Na Medida do Impossível?, que acaba de sair do forno, se situa num lugar muito particular entre uma letra escrita para um parceiro, uma canção que ficou na memória, a vontade de trabalhar com um determinado artista ou de dar um novo tratamento a um hit pop.
?Esse meu segundo disco foi bastante pensado e escolhido. Só de citar os nomes envolvidos, ele parece improvável, uma coisa maluca, mas ouve uma costura invisível para mostrar um pouco dessa minha história de ouvinte, cantora e compositora?, explica.
A geleia geral contou com ingredientes de universos musicais distintos como Samuel Rosa, Marina Lima, Pitty, Zélia Duncan e padre Fabio de Melo, para citar alguns, contribuindo nas 13 faixas.
?Com exceção da Zélia, nunca havia gravado com nenhum. É estranho porque sempre estive tão perto de muitos deles, especialmente das bandas de Belo Horizonte (PJ, do Jota Quest, e Glauco, do Tianastácia, também contribuem com baixo e bateria). Acredito que esse é o primeiro passo em direção a mais encontros?, considera a cantora.
Alguns apontamentos desses encontros marcados de diversas maneiras ? de camarins de shows a skype, passando por almoços no Xapuri ? vão além de ?Na Medida do Impossível?. ?A Pitty mesmo estava começando a trabalhar no disco novo dela. Tive que ir a São Paulo, pois estava tudo muito corrido. Essa nossa parceria na composição acabou naturalmente disparando um gatilho para que muita coisa caminhasse?, lembra.
Não existe nada nessas supostas impossibilidades que não tenham rendido uma boa história para Fernanda Takai contar. ?Porque é um misto de admiração e vontade de levar um sonho adiante. Foi pouco tempo para executar tudo. Fechei o repertório em março do ano passado e o disco foi feito entre setembro e dezembro?, conta.
Da coleção, sem dúvida, uma das canções vinha despertando curiosidade antes mesmo da audição: ?Amar como Jesus Amou?, de padre Zezinho, cantada juntamente com padre Fabio de Melo. A notícia da dobradinha, quando ganhou as redes sociais, teve sua cota de ?pré-conceito? típico de alguns usuários.
?Quando eu estudava em escola católica, tocava essa música no violão. Sabia que poderia não haver consenso quanto às minhas escolhas. Eu li alguns desses comentários, as pessoas têm direito de opinar, mas também sempre existirá algum tipo de patrulhamento. O fato de gravar uma música com um padre pop iria despertar algo, mas me espanta ainda quando as pessoas falam mal antes de ouvir?, considera.

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