Ao passear ou ser transportada de carro, o certo a se fazer é: criança sempre no banco de trás. Mas essa não é a única forma correta de se proteger e salvaguardar a vida de uma criança em um carro. Primeiramente ela nunca deve estar solta, pulando de um lado para o outro, ou mesmo no colo da tia, do tio. E só o cinto de segurança não é suficiente.
Mesmo que seja para ir à esquina ela tem que ser levada dentro do carro em uma cadeirinha especial para cada faixa etária, sob o risco de entrar em estatísticas que apontam seis mortes infantis por dia em acidentes de trânsito no Brasil.
O que por enquanto é apenas mais uma recomendação entre especialistas ? muitas vezes desconhecida ou mesmo ignorada pelos pais, alegando comodidade e/ou dificuldade de manter ou colocar a criança na cadeirinha ? agora é uma obrigação, com multa prevista de R$ 191,54 e sete pontos descontados na carteira para os infratores.
A mudança na legislação de trânsito foi oficializada no Contran (Conselho Nacional de Trânsito) nas últimas semanas de 2007. Ela prevê a obrigatoriedade de cadeirinhas, ou ?booster?, que é o assento de elevação que permite a utilização correta do cinto de segurança, para transportar em veículos de passeio que levem crianças com idade inferior a dez anos ou até 1,30 metro de altura.
A medida eleva as despesas dos motoristas e deve enfrentar dificuldades de fiscalização. Mas, para técnicos, corrige uma omissão da norma atual, que tolera a possibilidade de as crianças serem levadas no banco traseiro usando um cinto de segurança igual ao dos adultos. O texto da resolução fixa 180 dias para que haja medidas educativas de esclarecimento aos usuários e 365 dias para que as multas sejam aplicadas.
Muitas pessoas acreditam que o cinto de segurança é suficiente para proteger a vida das crianças. É o caso da advogada Maria Cristina Morelle, 33, que transporta as filhas Nicole, de 6 anos, e Emanuele, de 3, fora das cadeirinhas, mas diz se preocupar com a segurança. ?A Nicole anda com cinto de segurança no banco traseiro mesmo se vamos dar uma volta no quarteirão. Eu acho que ele protege bem?, comenta a advogada. O fato é que o cinto de segurança não é o ideal para proteger a criança que, por ser bem menor, pode escapar do cinto facilmente.
O Inmetro cita um estudo americano apontando que a utilização adequada da cadeira infantil no carro reduz os riscos de morte em 71% e a necessidade de hospitalização em 69%.

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