Fazer um currículo quando não se tem experiência profissional pode ser complicado. O consultor de carreiras Max Gehringer e a psicóloga da área de Recursos Humanos Ana Furlan dão algumas dicas.
?O currículo deve ser simples, sem encher linguiça. Se der pouco mais de meia folha, isso não é nenhum problema. Um currículo não é uma autobiografia. É uma coletânea de dados que poderão ser checados pela empresa. Escrever ?sou uma pessoa ativa, criativa e participativa? não é um dado, é apenas uma opinião sobre si mesmo?, explica Gehringer.
A psicóloga Ana Furlan que trabalha na Fundação Mudes, instituição que recebe currículos diariamente de estudantes em busca de estágio, lembra que o documento tem que ser atraente para o entrevistador. ?A empresa tem que ficar com vontade de conhecer o candidato. Se o candidato tiver alguma experiência fora, como um work experience, por exemplo, deverá mencionar. Trabalho em empresa júnior e cursos e palestras dos quais tenha participado também agregam valor?, ensina.
?O empregador espera ver no currículo de um estagiário a escolaridade e algum tipo de experiência prática, mesmo que não seja em empresas. Trabalhar numa ONG, por exemplo, pega muito bem?, avisa Gehringer.
A psicóloga lembra que empresas valorizam, cada vez mais, competências comportamentais. ?Trabalhar em equipe, saber se comunicar, liderar e ser flexível muitas vezes é mais importante do que ter capacidade técnica?, avalia.
Exageros e informações pertinentes
Os novatos não devem cair na tentação de ?exagerar? na hora de montar o currículo. Uma viagem de turismo não é a mesma coisa que uma experiência para treinamento fora do país. A fluência em um idioma também pode ser facilmente testada em uma entrevista, por isso, seja honesto em relação ao nível do seu conhecimento. ?É proibido mentir ou tentar inventar?, alerta Gehringer.
Outro erro comum é preencher a folha em branco com informações desnecessárias. Não é aconselhável colocar no histórico profissional as experiências com esportes ou hobbies. Esses detalhes podem ser guardados para hora da entrevista ou dinâmica. No entanto, dizer que trabalha para custear os estudos ou que ganhou uma bolsa por desempenho escolar é relevante.
Futuro profissional
Segundo Ana Furlan, o candidato deve citar o objetivo para o futuro profissional. Deixar claro para a empresa os horários em que está comprometido com a universidade também é fundamental.
?A empresa que desrespeita a carga horária do estagiário está desrespeitando a legislação. Nesse caso, é melhor pular fora do que ser contratado por uma firma que pode desrespeitar outras leis?, completa Gehringer.
O estudante deve começar a buscar oportunidades logo no início da faculdade para aumentar as chances de se formar já empregado. ?Empresas dão igual importância aos diplomas e à experiência prática. Ter apenas diplomas, mesmo que sejam muitos, não compensa a falta de experiência?, explica o consultor. A psicóloga concorda, mas ressalta que ficar pulando de galho em galho para acumular experiências nem sempre é a melhor estratégia.
?É ideal ficar pelo menos por seis meses em uma mesma empresa. Esse é o tempo mínimo para se desenvolver, aprender e aumentar a possibilidade de ser efetivado?, aconselha.
Dicas
– O currículo deve ser escrito em letra padrão (Times New Roman, tamanho 12).
– Colocar nome completo, idade, estado civil, telefone para contato (fixo e celular), e-mail, endereço, instituição de ensino em que estuda. É importante dizer se possui ou não filhos.
– Só coloque foto se for solicitado.
– É proibido colocar fator sanguíneo, religião, altura, peso, identidade, CPF e hobby.
– Palestras, cursos, experiências de trabalho fora (não vale turismo!), níveis de conhecimento do pacote Office, competências em informática e fluência em idiomas devem ser mencionados.
– Não esquecer a data de previsão de formatura e o turno em que estuda.

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