Com a chegada do inverno, os cuidados com o nariz precisam ser redobrados. Nesta época do ano, o número de dias em que o ar fica muito seco aumenta, o que pode gerar ressecamento na cavidade nasal. Além disso, a permanência em locais fechados aumenta as chances de contágio por gripes ou resfriados, que podem causar congestão nasal. Tanto a secura quanto a congestão levam a uma sensação de “entupimento”, prejudicial ao funcionamento normal da respiração.

Uma das causas do nariz entupido é a congestão nasal, que pode ter diferentes origens: algo simples como um resfriado, problemas na estrutura do nariz (como desvio de septo, que acaba obstruindo a passagem de ar) e até outras doenças como rinites alérgicas e sinusites. Ela também pode ser acompanhada de outros sintomas, como dor de cabeça, falta de ar e boca seca.

O tratamento vai depender do que originou o desconforto.

“A maioria das causas é passível de tratamento com medicações. Algumas delas, como desvios de septo, podem necessitar de intervenções cirúrgicas. Os descongestionantes só são usados para casos que duram pouco tempo e por um curto período, pelo alto risco de efeitos colaterais”, explica o otorrinolaringologista e vice-presidente da Academia Brasileira de Rinologia, Fabrizio Ricci Romano.

A sensação de obstrução também pode ser causada por ressecamento das vias nasais. Provocado quase sempre por fatores externos, como baixa umidade do ar no ambiente, pode formar crostas (aquelas casquinhas secas) que impedem a respiração normal. Outros sintomas que acompanham nariz ressecado são ardor e possíveis sangramentos.

Nesses casos, o tratamento inclui aplicação de soro fisiológico para hidratar o nariz. “Em situações mais graves, existem algumas medicações em forma de gel que mantêm o nariz lubrificado por mais tempo”, acrescenta Romano.

Quando você está com o nariz congestionado ou ressecado, a sensação de obstrução é a mesma: a pessoa não consegue respirar direito. O paciente consegue perceber a diferença ao identificar a presença de crosta, mais comum nos casos de ressecamento.

“O nariz tem diversas funções, entre elas umidificar o ar. Se o paciente está respirando um ar muito seco, vai haver uma troca de umidade entre a mucosa nasal e o ar. O muco vai ficando seco porque vai perdendo água para o ar que a pessoa está respirando. À medida que isso acontece, vai formando a crosta”, explica João Mello, chefe do grupo de alergia em Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

O ideal é procurar um especialista para que ele possa identificar a origem do problema e prescrever um tratamento adequado.

Cuidados diários

Pouca gente lembra de higienizar o nariz com regularidade, mas a limpeza deve ser incluída na rotina de cuidados. “Limpar o nariz é como escovar os dentes. Deve ser feito todos os dias e mais de uma vez”, lembra Mello.

A limpeza deve ser feita com soro fisiológico pelo menos duas vezes ao dia. Esse produto tem a mesma quantidade de sal que o organismo, então não causa reações adversas. Pode ser comprado nas farmácias sem prescrição médica.

Além disso, beber água é fundamental. A hidratação do nariz acontece de dentro para fora: à medida em que vai perdendo água para o ar que entra na narina, a fim de umidificá-lo, o muco busca repor essa água nos componentes presentes no organismo. “O nariz está 24 horas por dia umidificando o ar que respiramos. A gente precisa ajudá-lo, ainda mais em locais com altos índices de poluição”, reforça Mello.

 

 

Fonte: G1||

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