Em todas as notas oficiais da administração municipal, sobre atraso nos pagamentos de servidores, demissões e outros cortes de gastos; a diminuição nos repasses de verbas federais e estaduais como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), é apontada como causa da grave crise financeira pela qual o município passa.

Discordando dessa posição, na reunião dessa semana do Legislativo, o vereador José Geraldo da Cunha (Cabo Cunha) fez uso da palavra e apresentou a planilha de receitas do município, referente aos últimos 12 meses, e por meio de números, mostrou o aumento progressivo dos valores recebidos. “Não houve diminuição de repasses, houve aumento de gastos e incapacidade de gerir as finanças do município. O que falta é gestão”, disse o vereador.

De acordo com a planilha, divulgada pelo vereador, a previsão feita pela administração para os últimos 12 meses (agosto de 2014 a julho de 2015) era de se arrecadar R$112.940.726,04 milhões e por fim, a arrecadação nesse período ficou próxima dos R$120 milhões.

Ao apontar a discrepância entre a “fala” da Prefeitura e os valores da planilha, Cabo Cunha foi questionado pelo vereador de situação José Aparecido Monteiro (Zezinho Gaiola) pelo fato de as comparações não terem sido feitas de mês a mês. Porém, a planilha mês a mês, não mostra situação diferente.

Cunha falou ainda, das ações, tomadas tardiamente, para conter os gastos, como a demissão de servidores e cortes de benefícios como vale-alimentação e horas extras. “Não tem o que conversar. Os números mostram um cenário diferente do que a Prefeitura vem apresentando para justificar sua dificuldade de cumprir com suas obrigações. As planilhas deixam claro que do fim do ano passado para cá, as receitas cresceram em 20%, então não há desculpas”, encerrou o vereador, que convidou a administração a se explicar melhor sobre a crise financeira, já que, segundo ele, não se trata de falta de dinheiro. 

Na Prefeitura

De acordo com o chefe de Gabinete e secretário de Administração e Gestão de Pessoas, José Terra de Oliveira Júnior (Terrinha), em valores, de fato, não houve diminuições nos repasses, porém, eles ocorreram abaixo dos índices da inflação, o que compromete a capacidade da Prefeitura de arcar com os mesmos gastos, cujos valores subiram em proporções superiores, como é o caso do reajuste de salários dos servidores. “Em alguns casos, o aumento do repasse foi de 2, 3%, mas só os salários, de acordo com o INPC de abril, foram reajustados em 8,34%”, disse Terrinha.

Gastos em comunicação

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Durante a fala de Cabo Cunha, o vereador Mauro César Alves de Souza pediu um aparte e com páginas de jornais do município abertas (com exceção do Nova Imprensa) em publicidades feitas e pagas pelo município, falou do que considera, como sendo gastos indevidos da administração. “Se não tem dinheiro sequer para pagar funcionários, como mantém gastos em comunicação? Cada página colorida dessas custa caro aos cofres públicos. Isso só mostra que o que falta é competência, seriedade e transparência dessa administração”, disse o vereador.

 

Redação do Jornal Nova Imprensa

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