No Rio Grande do Sul, a polícia investiga a morte de Miguel, de 7 anos de idade. Ele era vítima de humilhações e ameaças constantes. A mãe de Miguel confessou ter jogado o corpo do menino em um rio, mas até hoje ele não foi encontrado.

Vídeos gravados por Bruna Nathiele Porto da Rosa, companheira da mãe de Miguel, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, revelam parte do horror ao qual o menino era submetido. Em uma das imagens, Miguel aparece dentro do armário em que ficava de castigo. Bruna fala:

“Se a tua mãe chegar e tu te mijar eu te desmonto a pau. Eu te desmonto, eu te desmonto, eu te desmonto e tu vai sair todo quebrado. Tu tá entendendo?”.

O vídeo foi encontrado em um dos celulares apreendidos pela polícia, depois que Yasmin admitiu ter desaparecido com o corpo do filho em Imbé, litoral do Rio Grande do Sul, em 29 de julho. Neste mesmo dia, elas procuraram a polícia dizendo que Miguel tinha sumido.

“Alegaram na ocasião que ele havia desaparecido há mais de 48 horas, o que causou desconfiança por parte dos policiais”, diz o delegado Antonio Ractz.

Yasmin acabou contando tudo à polícia. Disse que o filho ficava de castigo dentro do armário por cerca de meia hora, e que tinha o hábito de agredi-lo como forma de castigo. Também afirmou que depois de bater no menino no dia 28, deu a ele um remédio antidepressivo.

“Ela alegou que teria ministrado apenas meio comprimido. Porém, a companheira disse que sumiram duas cartelas do medicamento”, conta o delegado.

A mãe de Miguel também disse que no dia seguinte à surra o menino acordou gelado e não quis comer, e que ele gritava e gemia muito. Mas ela não levou o filho ao médico por medo de chamarem a polícia, porque ele estava marcado. Segundo Yasmin, ele estava com as pontas dos dedos roxas e não tinha pulso, estava muito gelado, com a boca fechada e os lábios também estavam roxos. Ela achou que ele tinha morrido.

“Mas ela não tinha certeza de que ele estava morto. Resolveu, então, colocá-lo dentro de uma mala de rodinhas”, afirma o delegado.

Nas buscas, a polícia encontrou mais provas de maus tratos. Cadernos como se fossem de caligrafia mostraram que ele era obrigado a repetir frases como “eu sou um idiota”, “não mereço a mamãe que eu tenho” e “eu sou ladrão.” Também foram apreendidos dois cadeados e uma corrente, que eram utilizados pra acorrentar a criança.

Yasmin e Bruna foram presas. Segundo o advogado, a mãe de Miguel se diz inocente. Esta semana, Bruna foi transferida para avaliação psiquiátrica. Os advogados querem provar que ela não responde pelos próprios atos.

“Relativamente ao homicídio que está sendo investigado, ela não tem participação nenhuma. Hoje a Bruna não está em presídio. A Bruna hoje está no instituto psiquiátrico forense, para ser submetida a perícia médica, a avaliação psicológica e psiquiátrica”, diz Luiz Paulo Cardoso, advogado de Bruna.

“Eu vou indiciar as duas. Serão indiciadas pela prática dos crimes de tortura, homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver”, afirma o delegado responsável pelo caso.

Fonte: G1

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