Uma pesquisa com 1.159 homens brasileiros, mexicanos e norte-americanos publicada no jornal científico ?Lancet? registrou presença do vírus do papiloma humano (HPV, sigla em inglês) em metade dos participantes. O vírus é sexualmente transmissível e pode causar desde infecções e verrugas na genitália até cânceres. O artigo teve como principal autora a doutora Anna Giuliano, do Centro de Câncer H. Lee Moffitt, em Tampa, nos EUA.
A pesquisa acompanhou homens com idade entre 18 e 70 anos (média de 32 anos), por um período de 18 e 31 meses. Dentre eles, havia heterossexuais, bissexuais, homossexuais e homens que afirmaram não ter feito sexo. Nenhum deles era HIV positivo, nem tinha registro prévio de verrugas penianas ou anais, nem estava sentindo ardor ao urinar.
Ao longo do período de acompanhamento, os participantes fizeram exames semestrais, com coleta de material. Nestes exames, 584 (50%) apresentaram infecção por HPV em algum momento, o que foi surpreendente considerando que, tradicionalmente, a medicina dedica maior atenção ao HPV nas mulheres. Entre elas, é mais comum o desenvolvimento de doenças mais graves, como displasias (anomalias) e câncer no colo de útero.
Há diversos tipos da doença. A principal diferenciação que se faz é em relação ao risco oncogênico, ou seja, a possibilidade de que este vírus leve a um câncer. Quando ele é de baixo risco, muitas vezes o próprio sistema imunológico do corpo humano consegue acabar com a infecção e eliminar o vírus.
Não existe tratamento capaz de matar o vírus, uma vez que ele se manifesta. O que se pode fazer é tratar as doenças que ele causa. No caso de uma verruga, por exemplo, pode-se removê-la cirurgicamente, mas é possível que o HPV continue presente mesmo depois da intervenção. Desde 2006, há uma vacina que previne contra as infecções causadas pelo vírus. No Brasil, ela é aplicada somente em mulheres entre nove e 26 anos.

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