O verão chegou a topo vapor, fazendo os termômetros dispararem. E poucas pessoas sabem que o calor pode afetar a mecânica e outros sistemas do veículo. É claro que os carros vendidos no Brasil são testados sob condições severas de temperatura, mas os excessos e a falta de zelo na manutenção podem comprometer o ideal funcionamento de alguns sistemas.

Arrefecimento

O sistema de arrefecimento do motor precisa do ar externo para fazer o resfriamento da água que corre pelos dutos. Se a temperatura externa estiver muito elevada, a eficiência do resfriamento pode ficar comprometida. Para manter o sistema em condições ideais de funcionamento, é preciso verificar a bomba d’água, o estado das mangueiras (que não podem ter furos ou rachaduras), a válvula termostática e o radiador, que se estiver sujo ou amassado pode dificultar a passagem do ar e o resfriamento da água.

Aditivo

Uma cena muito comum é ver frentista de posto completando o reservatório do sistema de arrefecimento apenas com água, muitas vezes de procedência duvidosa. Isso não é o suficiente para evitar o superaquecimento do motor e pode resultar em danos ao sistema, como ferrugem. O correto é repor o aditivo especificado pelo fabricante do carro.

Esses líquidos têm funções como evitar a corrosão do sistema, impedir a incrustação de sujeira e aumentar o ponto de ebulição da água. Eles podem ser encontrados já preparados para o uso ou em forma concentrada. Se você for fazer a mistura, o correto é usar 40% de aditivo e 60% de água. Vale lembrar que o sistema de arrefecimento deve passar por limpeza a cada dois anos ou 30 mil quilômetros, em condições normais de uso. Carros que trafegam em condições severas (muita poeira, areia e minério) exigem limpeza em períodos mais curtos.

Motor

Quanto mais desgastado ou desregulado, maior a chance de o motor apresentar problemas de superaquecimento. Se estiver “fraquejando”, com pouca potência ou queima excessiva de óleo, podem ser indicativos de que está em situação grave. E trafegar com o carro nessas condições em trânsito pesado ou subindo serras em dias de sol a pino, aumenta as chances de pane. Por isso, é importante fazer a revisão periódica do motor, mantendo-o sempre regulado e em boas condições de funcionamento.

Aparelho mede a pressão no sistema de arrefecimento, ajudando a encontrar possíveis vazamentos (Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Temperatura ideal

Um detalhe importante que não pode ser esquecido é a temperatura ideal de funcionamento do motor. Para verificar, basta ficar de olho no painel, mais especificamente no marcador de temperatura do motor. E a temperatura ideal varia de carro para carro, mas, na média dos modelos oscila de 90 a 97 graus. Mas, se o ponteiro se aproximar demais da região marcada em vermelho, é melhor parar, pois o motor pode estar prestes a superaquecer.

Motorista deve ficar atento ao marcador de temperatura, que deve ficar com o ponteiro no meio (Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Ar fresco

Uma das consequências certas dos dias de muito calor é o uso excessivo do ar-condicionado, que consome bastante energia. Por isso, é bom verificar se a bateria e o alternador estão em bom estado. Verifique também o filtro e o gás do ar-condicionado, para que funcione de forma adequada, sem forçar o sistema e gastar energia à toa.

O ar-condicionado é mais exigido durante o verão, consumindo mais energia da bateria (Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

 

Pintura

Na hora de comprar o carro, a escolha da cor é de extrema importância, pois, dependendo da opção, nos dias de calor intenso pode pintar um arrependimento profundo. É que as cores mais escuras, como o preto, absorvem mais os raios solares, irradiando para o interior da cabine, que se transforma em uma verdadeira sauna. Já os carros de cores claras refletem os raios solares. A diferença de temperatura no interior de um automóvel preto para um branco, estacionado ao sol, pode ultrapassar os 10 graus. Uma solução para evitar esse tipo de problema é procurar estacionar o carro sempre na sombra.

Por dentro

Geralmente, o revestimento interno do carro é feito para suportar as altas temperaturas do verão, mesmo quando está exposto ao sol. Mas nem todos os modelos têm acabamento interno com material de boa qualidade e o plástico duro pode ser danificado se ficar muito tempo exposto ao sol. Ele pode queimar e trincar, ficando com aparência esbranquiçada. O tecido que reveste os bancos também pode ser danificado se for submetido a raios solares intensos. A solução pra isso é a proteção, seja com o carro na sombra ou com coberturas nos vidros e painel.

E antes de entrar no carro que ficou exposto ao sol por muito tempo, procure deixar o ar circular um pouco, abrindo portas e janelas para diminuir o calor do habitáculo. Lembre-se que nessa condição o volante e alavanca de câmbio ficam fervendo, dificultando o ato de dirigir, comprometendo até a segurança. Não esqueça objetos sensíveis à temperatura dentro do veículo. Evite também deixar óculos e vidros transparentes no interior do carro, sobre os bancos, pois, expostos aos raios solares, eles podem acender a fagulha que dará origem um incêndio.

 

 

Fonte: Estado de Minas ||

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